Correio de Carajás

Mãe exige respostas após filho morrer no hospital horas depois do nascimento

Ana Beatriz Cardoso, 26 anos, está devastada e tem exigido respostas após a morte do filho recém-nascido, ainda na maternidade. O pequeno Calebe faleceu no Hospital Geral de Parauapebas, no dia 29 de março deste ano, um dia após o nascimento. Na declaração de óbito, insuficiência respiratória aguda foi a causa da morte, mas, a mãe afirma estar revoltada. “Eles me deram a entender que o meu bebê estava bem, disseram que era apenas um desconforto respiratório”, disse ela, referindo-se a equipe médica que a atendeu.

Para Ana Beatriz houve negligência médica na demora em realizar o parto cesárea, o que para ela teria contribuído para a morte do filho. Grávida de 36 semanas, Ana Beatriz foi até o Hospital por volta das 2 horas da madrugada do dia 28 de março. “Falei que estava perdendo líquido, e me disseram que poderia ser um xixi normal, eu falei que não, que era um líquido diferente. Mas disseram que era normal, e que eu poderia voltar para casa”, relembra Ana Beatriz.

Ao voltar ao hospital, aproximadamente às 8 horas do dia 28, pois continuava a perder o líquido, dessa vez foi realizado um exame de ultrassom e mostrou que o bebê estava bem. De acordo com a mãe, por insistir na queixa da perda do líquido, a médica fez um exame de toque, momento que a bolsa estourou e decidiram interná-la.

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Andréia Aquino, irmã da Ana Beatriz, acompanhou o parto que foi realizado às 17h50 no dia 28 de março. Ela conta que o sobrinho nasceu com o cordão umbilical enrolado nas pernas e não chorou após o nascimento.

“Quando saíram com o bebê no colo, eu saí atrás, fomos para outra sala, eu vi o bebê virado de costas enquanto faziam massagem para ele chorar, botaram um canudinho no nariz e depois na boca, veio um choro bem fraco”, detalha Andréia, ao relembrar que tirou uma foto com o sobrinho ainda vivo em seus braços.

Calebe foi levado para a Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) com a justificativa de estar com um desconforto respiratório, como contou Andréia.

Um dia depois do parto, por volta das 15 horas, o médico comunicou a Andréia que o bebê havia falecido às 12 horas, e não sabiam como dar a notícia para Ana Beatriz, e pediu que ela fizesse o comunicado.

Inconformada, Ana Beatriz disse que não pôde dar adeus ao filho. “Eu só vi o meu filho quando ele nasceu, eu não o peguei no colo, não o amamentei, sequer fui comunicada pelo médico do falecimento do meu filho, não me deram nem a alternativa de me despedir do meu próprio filho”.

Ana Beatriz destaca ter se sentindo desamparada pela equipe de saúde, e que sequer recebeu atendimento da psicóloga. Ela afirma que irá denunciar o hospital. “Falamos com uma advogada e ela nos orientou a pegar o prontuário médico. Queremos saber o que aconteceu”. Ela já pediu o documento e deve receber o prontuário médico no dia 30 deste mês.
Ana Beatriz é mãe de duas meninas.

O Correio de Carajás pediu esclarecimento do caso para a Assessoria de Comunicação da prefeitura, mas até a publicação desta matéria não obteve retorno. (Theíza Cristhine)