Correio de Carajás

Mãe de vítima defende acusado

Está marcado para os dias 8 e 9 do mês que vem o julgamento dos três acusados de matar Andreia do Nascimento Brígido, de 30 anos. Entre os réus está o marido da vítima, Jonair Sousa Nascimento, apontado como mandante do crime. Mas esta semana ele ganhou um aliado importante no processo: a própria mãe da vítima, Maria Lopes do Nascimento. Ela diz ter certeza de que Jonair é inocente e, junto com os parentes dele, encabeça um protesto pela sua absolvição no Tribunal do Júri. Trata-se de algo poucas vezes visto.

Na manhã de ontem (17) uma pequena comitiva formada por Maria Lopes e mais quatro parentes de Jonair conversou com a Imprensa de Marabá na porta da delegacia de Polícia Civil. Vestidos com camisetas temáticas com a foto do acusado, eles clamam pela sua absolvição.

Além de Jonair, também figuram como réus nesse processo os indivíduos identificados como João Batista Ferreira da Silva e Jurivan Souza da Silva, acusados de serem os executores do crime.

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Perguntada sobre o porquê de estar defendendo o homem que é acusado de ter mandado matar a filha dela, Maria foi direto ao ponto. Como ela acredita piamente que Jonair jamais teria coragem de cometer uma atrocidade dessa, o verdadeiro assassino continuará impune e isso a preocupa.

“Não é justo a gente pagar uma coisa sem dever. Jamais eu iria ficar do lado dele (Jonair) se ele devesse… Eu quero que investiguem melhor”, pede, acrescentando que Jonair sempre foi trabalhador e cuidou da família. “Meu genro nunca ameaçou minha filha, nunca fez mal a ela”, reafirma.

Maria disse também que existe uma carta ameaçadora escrita por uma das testemunhas (que seria um amante da vítima), endereçada para Andreia (quando ainda em vida), dizendo que se Andreia não ficasse com ele, não ficaria com mais ninguém. “Por que não investigam essa pessoa?”, questiona, ao declarar: “Meu genro está preso inocente e eu quero Justiça”.

Pequena comitiva tenta provar inocência de Jonair a três semanas do julgamento

IRMÃO DA VÍTIMA

O apoio a Jonair não vem só da mãe da vítima, mas também de um irmão dela, Francisco José do Nascimento Brígido. Ele gravou um vídeo em que relata ter procurado pela irmã junto com Jonair, assim que ela desapareceu.

No vídeo, Francisco José relata que a moto da vítima foi encontrada primeiro e estava na casa de um homem que seria amante dela. Essa pessoa foi ouvida durante a audiência de instrução. “O Jonair não tem nada a ver com a esse crime. Os criminosos estão do lado de fora e a polícia está prendendo um inocente”, denuncia.

Na tarde de ontem, o jornal tentou contato com o Ministério Público sobre esses fatos novos, justamente com interesse de saber se essas informações integram o conjunto indiciário/probatório. A doutora Suênia Sá disse ao CORREIO que não será ela na condução do caso no dia do julgamento, mas um colega que ainda será nomeado.

ENTENDA O CASO

No dia 20 de dezembro de 2016, Jonair Nascimento comunicou à Polícia Civil o desaparecimento de Andreia. No mesmo dia, um crânio humano foi encontrado em um lixão na Folha 11 e identificado como da vítima. Três dias depois, com ajuda de amigos, familiares da vítima e do próprio Jonair, policiais chegaram a João Batista e na casa dele foram encontrados vestígios de sangue e parte de um documento de Andreia.

Interrogado, João Batista acabou confessando onde estavam outras partes do corpo de Andréia, que havia sido esquartejada e vários membros foram espalhados em mais de um ponto da cidade. Ele então apontou o nome dos demais réus.

A situação de Jonair se complicou porque na primeira confissão o acusado declarou que ter sido contratado por R$ 5 mil pelo marido da vítima, Jonair Nascimento, e disse que para auxiliá-lo na execução do crime contratou Jurivan da Silva.

Chagas Filho