Maria Gorete Borges da Silva, que é professora atuante na Terra Indígena Parakanã, em Novo Repartimento, usou as redes sociais para fazer um apelo às autoridades. Ela é mãe de um dos três rapazes que foram assassinados na reserva. Ela afirma que seu filho e os outros dois não eram caçadores.
“Eu venho aqui falar não só em nome do meu filho, mas em nome dos três, porque a gente só ouve boatos de que eram caçadores. Eles nunca foram caçadores, cada um tinha suas devidas profissões, todos com família, com amigos, jovens que gostavam de aventuras”, desabafa Maria Gorete.
“É uma coisa que não tem como se explicar, a pena de morte para uma pessoa que vai em um lugar. Porque entraram na terra indígena estava decretada a pena de morte para eles?”, questiona.
Leia mais:Por fim, ela observa que nunca houve desavenças entre seu filho e os indígenas, o que torna essa situação ainda mais inexplicável. “O meu filho foi criado junto com os parakanã, eles viviam na minha casa comendo junto com meu filho na minha casa”.
O crime
No dia 24 de abril, os amigos Cosmo Ribeiro de Sousa, José Luís da Silva Teixeira e Willian Santos Câmara entraram, sem autorização na TI Parakanã para caçar e desapareceram. Seis dias depois (dia 30), os três foram encontrados em cova rasa no interior da reserva.
Durante o período em que estavam desaparecidos, manifestantes interditaram a rodovia BR-230 (Transamazônica), que corta a reserva, exigindo que os rapazes fossem liberados, pois acreditava-se que eles estariam em poder dos indígenas, que sempre negaram qualquer envolvimento no desaparecimento e muito menos na morte dos rapazes.
O caso está sendo apurado pela Polícia Federal, que mantém a investigação sob sigilo. Em nota, a Assessoria de Comunicação da PM informou que em respeito aos familiares, a Polícia Federal trabalha reservadamente para buscar esclarecer de forma mais célere possível as circunstâncias do crime, bem como os autores do fato criminoso.
(Chagas Filho)