O Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, será marcado por um grande evento em Marabá unindo várias lideranças. Será na Praça São Francisco, no centro do Bairro Cidade Nova, das 9 às 22 horas, contando com exposição de artesanato da Feira do Pôr-do-sol, música, dança e rodas de conversa sobre direitos da mulher, além da participação de profissionais, como psicólogas.
Para falar sobre a data, algumas das lideranças estiveram na Rádio Correio FM, em entrevista ao comunicador Leverson Oliveira. Elas destacam que a data não é de festa, mas sim de respeito às vitórias alcançadas pela mulher ao longo da história.
O grupo formado pelas ativistas Gilmara Neves, Júlia Rosa, Rosalina Isoton e Priscila Veloso, presidente do Comdim, explicou que o evento irá promover ações de empoderamento, conscientização, informação e acolhimento às mulheres de Marabá e região.
Leia mais:Além da presença de movimentos sociais, associações e da prefeitura, contará ainda com psicólogas, assistentes sociais e advogadas, uma oportunidade para que o público feminino tenha suas lutas e dores ouvidas, tire dúvidas jurídicas e fortaleça o movimento. O dia será dedicado às pautas femininas, mas as líderes do evento estendem o convite aos homens, para que compareçam ao evento e sejam aliados dessa luta.
A violência física contra a mulher, uma luta que é longa e seu enfrentamento constante, é uma das pautas de destaque dos movimentos. Sobre ela, Leverson Oliveira perguntou a Priscila Veloso sobre o aumento de prisões relacionadas a essa violência. Ela elucidou que um dos fatores que possibilitam esse crescimento é o amparo que a Lei Maria da Penha dá às vítimas de agressões.
Outra razão citada por Priscila é o trabalho de conscientização realizado em palestras e outros eventos, onde a mulher pode conhecer os demais tipos de violência, como se manifestam e onde podem chegar. Ela consegue reconhecer aqueles que vivencia e que até então passavam despercebidos ou eram tidos como normais. Essa conscientização é um caminho que pode levar à denúncia do agressor.
O Dia Internacional da Mulher “permite relembrar todas as que vieram antes de nós, todas as que lutaram para que pudéssemos ter esse espaço”, declarou Gilmara Neves.
Embora muitas vitórias tenham sido alcançadas ao longo dos anos, como o direito ao voto e também de serem votadas, o direito de estudar em instituições de ensino superior e até mesmo de possuírem contas bancarias, ainda existem batalhas a serem travadas.
Valorização no mercado de trabalho, equidade salarial, reconhecimento intelectual, são alguns tópicos citados por Júlia Rosa. “Não podemos perder de vista a importância de continuar lutando, o movimento precisa ser fortalecido cada dia mais”, argumentou a ativista.
Rosalina Isoton, presidente da Associação Mulheres Arco-Íris da Justiça defende que a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) tenha plantões 24h para melhor atender as mulheres vítimas de violência. Atualmente, a delegacia atende plantões aos finais de semana, uma conquista que foi alcançada por intermédio dos movimentos locais, como ressalta Rosalina.
O evento do dia 8 de março é visto por suas líderes como uma oportunidade para chamar a atenção, para estar na rua bradando pelos direitos das mulheres e que elas “sejam de fato a protagonistas da sua história, entendam o valor que têm e lutem por ele”, finalizou Rosalina.
A organização do evento é do Conselho Municipal de Defesa do Direito da Mulher (Comdim), realização dos Movimentos Sociais de Marabá e o apoio institucional da Coordenadoria da Mulher da Secretaria de Assistência Social, Proteção e Assuntos Comunitários e da Feira do Pôr-do-sol. (Luciana Araújo com revisão de Luciana Marschall)