Correio de Carajás

Lula vai na contramão de novas lideranças de esquerda na América Latina

Apesar de presidente brasileiro ter afirmado que acolheria expatriados do regime Ortega, posicionamento do país diante das violações de direitos humanos ainda é considerado tímido em comparação às demais democracias latino-americanas.

Montagem com fotos dos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Nicarágua, Daniel Ortega — Foto: Alice Vergueiro/Estadão Conteúdo e Cesar Perez/Presidência da Nicarágua/Reuters

O governo Lula afirmou no Conselho de Direitos Humanos da ONU, na última terça-feira (7), que acolheria cidadãos da Nicarágua expulsos pelo governo de Daniel Ortega.

Ainda assim, o posicionamento brasileiro foi considerado tímido. O país não aderiu à declaração assinada por 55 países – incluindo governos latino americanos – que condenava as sistemáticas violações autoritárias de Ortega.

Para Celso Rocha de Barros, colunista da “Folha de São Paulo” e autor do livro “PT, uma história”, o governo Lula comete um erro ao silenciar sobre os desvios da Nicarágua em nome da relação do PT com a Revolução Sandinista de 1979 – processo político que colocou fim a uma ditadura instaurada no país desde 1936.

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“O regime nicaraguense não é nem socialista nem democrático”, avalia Celso. “O regime do Ortega hoje em dia só herdou do sandinismo os seus defeitos. Ortega hoje em dia é um líder autoritário latino-americano típico. É até uma espécie de clichê sociológico.”

Em entrevista a Natuza Nery, o sociólogo ainda chama atenção para o fato de que em democracias consolidadas na América Latina, como Chile e Uruguai, lideranças de esquerda vêm endurecendo as críticas ao regime Ortega.

(Fonte:G1)