Correio de Carajás

Lojistas se mobilizam para uma Black Friday histórica em Marabá

O comércio marabaense está otimista para os resultados da Black Friday deste ano/Fotos: Evangelista Rocha
Por: Kauã Fhillipe

A Black Friday 2025, marcada oficialmente para 28 de novembro, já movimenta o comércio de Marabá muito antes da data. Nas ruas de maior concentração de lojas, como a Av. Antônio Maia, na Marabá Pioneira (conhecida como o coração comercial da cidade) o clima de promoção já toma forma desde o início do mês, com cartazes, balões, vitrines temáticas e ações pensadas para chamar a atenção dos consumidores.

Aproveitando esse período de grande fluxo, o Correio de Carajás percorreu alguns estabelecimentos de segmentos distintos para ouvir o que cada setor espera deste ano, como têm sido as buscas dos clientes e quais estratégias estão sendo utilizadas para atrair consumidores em uma das datas mais importantes do varejo brasileiro.

Setor supermercadista

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Entre os supermercados, o Colina Distribuidora, forte nome do varejo e atacado na cidade, aposta alto na temporada. A estratégia deste ano, conduzida pelo próprio nome “Flash Black”, funciona como um aquecimento semanal até chegar ao dia principal.

Segundo Miryan Andrade, do departamento de marketing, toda sexta-feira é preparada como uma “pré-Black”, criando ritmo e estimulando a ida dos clientes ao mercado. A programação para esta sexta envolve música ao vivo, degustações, brindes por meio da ação “Estoura Balão”, mídia reforçada e outras novidades que se estendem até o fim de semana, quando haverá transmissão da final da Libertadores em um telão no estacionamento.

“Então essa é a estratégia de atrair os clientes para aproveitar e transformar essa semana em um momento especial de compras para toda a família”, projeta Miryan.

Os supermercados têm mesmo motivos para investir. Segundo levantamento da Scanntech, na semana da Black Friday de 2024 as vendas do varejo alimentar cresceram 19% em valor, puxadas principalmente pelos atacarejos, que avançaram 29%, muito acima dos 18% dos supermercados tradicionais. Em volume, o atacarejo cresceu 23%, enquanto os supermercados marcaram 13%.

O movimento reflete a tendência de consumidores priorizando preços agressivos em itens básicos (e nem tão básicos assim) especialmente na reta final do ano. Em 2024, categorias como cerveja (+12%), arroz (+11%), refrigerante (+10%) e açúcar (+5%) também tiveram alta. E produtos de maiores preços chamaram atenção: whisky (+291%), fraldas infantis (+151%) e leite condensado (+138%).

Com esse cenário robusto, o setor já projeta uma Black Friday ainda mais forte em 2025.

Miryan garante que as estratégias comerciais do estabelecimento terão um grande retorno com a presença em massa do público

Setor automotivo

Se no varejo alimentar a tendência é de retomada e abastecimento, no setor automotivo o clima é de otimismo declarado. O gerente comercial da Hyundai em Marabá, Paulo Sérgio, explica que a concessionária vive uma das semanas mais estratégicas do ano.

Ele conta que a loja está totalmente decorada para o período e que a expectativa é aquecer fortemente o volume de vendas durante a semana da Black Friday. “Estamos com ofertas e lotes exclusivos que a fábrica liberou, com descontos que não apareceram em nenhum outro momento deste ano”, destaca.

Para alcançar o cliente, que hoje pesquisa quase tudo no ambiente digital, a concessionária intensificou ações nas redes sociais, rádio, TV e internet. Paulo lembra que o fluxo físico de consumidores nas concessionárias diminuiu após a pandemia, e por isso a equipe precisa “ir até o cliente”, principalmente pelas plataformas onde ele já está presente.

A Black Friday, segundo ele, tem efeito direto no comportamento de compra. Isso porque a data cria senso de urgência e oportunidade. Muitos consumidores que planejavam adquirir um veículo no fim do ano acabam antecipando a decisão para aproveitar as condições especiais. A meta, segundo o gerente, é ousada: “a gente prospecta aumento de 20% a 30% no volume de vendas durante essa última semana”.

E os dados nacionais destacam o bom momento. De acordo com a 10ª edição da pesquisa de Black Friday da BigDataCorp, o setor automotivo foi um dos que mais se destacou no país em 2024, registrando descontos reais de 96,26% entre as categorias analisadas. A performance surpreendeu pesquisadores por colocar novamente o segmento entre os mais competitivos da data, algo que não acontecia há cerca de cinco anos.

Paulo: “a perspectiva é que a gente consiga alcançar as metas e realizar vendas excelentes nesse período de Black”

Setor de vestuário

No segmento de moda, a expectativa também é alta. Antônia Freitas, conhecida como Toinha, proprietária da loja Facce Nova, afirma que a Black Friday já se tornou, para ela, “um segundo Natal”. Segundo a empresária, a credibilidade construída ao longo dos anos é o principal atrativo para os clientes.

“O pessoal acredita na promoção, principalmente a da Facce Nova, porque o meu Black é promoção real. Tudo que eu tenho de melhor na loja entra na Black”, diz. Os descontos chegam a 70%, e a campanha dura uma semana completa.

Como empreendedora, Toinha acredita que a Black Friday só alcança seu potencial quando o comerciante realmente se compromete com descontos concretos. Para ela, novembro se consolidou como um dos melhores meses do ano justamente pela força dessa promoção.

Além dos descontos, a proprietária destaca o atendimento personalizado como principal estratégia para fidelizar consumidores. Ela também espera superar o desempenho do ano passado. “O varejo deu uma queda, mas o desconto chama. Eu acredito que vamos superar, sim”, conclui.

Confiante para bons resultados, a proprietária da Facce Nova faz esforços máximos para reduzir os preços por uma semana inteira

Setor de home center

No segmento de materiais para construção, reforma e utilidades domésticas, o clima também é de confiança. Diego Guinhazi, representante da loja de material para construção que leva o sobrenome da família, conta que a Black Friday já está no radar da clientela desde o começo de novembro e a procura intensa por informações sobre promoções mostra o quanto a data se consolidou no setor.

Ele explica que a loja apostou em uma campanha robusta de comunicação, reforço de vitrines, ofertas especiais e descontos em linhas de alta procura. Segundo ele, “a freguesia fica esperando essa época, e todo ano o movimento cresce mais cedo”.

As expectativas são animadoras, pois o home center projeta um retorno superior ao de 2024. Para o empresário, o segredo está na combinação de preço competitivo e boa experiência de compra.

Seja no mercado, na concessionária, na loja de roupas ou no home center, o que se vê em Marabá é um comércio que aprendeu a usar a Black Friday para além da ideia de “dia de desconto”. A data virou uma temporada estratégica, capaz de impulsionar setores e atrair consumidores que pesquisam, comparam, planejam e cada vez mais querem vantagens reais.

Ao longo dos anos, a Black Friday deixou de ser apenas uma sexta-feira e se tornou uma cultura de consumo e principalmente de aproximação entre comerciantes e seus clientes. E, ao que tudo indica, esta edição promete ser das mais movimentadas em Marabá.

Sob grande apelo popular, as lojas Agrinazi e Guinhazi, desde o início do ano recebem perguntas sobre as novidades durante a Black Friday