Correio de Carajás

Lazer na Orla em tempos de isolamento social causa revolta nas redes sociais

Sábado e domingo. Enquanto centenas de famílias passaram o final de semana em distanciamento (ou isolamento) social, um grande número de pessoas resolveu se divertir na Orla do Rio Tocantins, fosse tomando banho em um cenário de enchente, ou mesmo conversando com amigos e tomando bebidas.

As imagens correram as redes sociais neste final de semana e revoltaram muitas pessoas, que reprovaram a atitude. Entre as imagens, há fotos e vídeos em vários pontos da Orla do Rio Tocantins. E grande parte não era de famílias que estão passando a enchente ali por perto, mas de quem vinha de longe, geralmente de carro. “Cadê as autoridades de Marabá? Na Orla continua muita gente bebendo ontem (sábado) e hoje (domingo). Esse povo que está curtindo precisa sair de lá”, disse Arimateia Carvalho em um grupo de Whatsapp, com imagens de vídeo para confirmar o fato.

Genival Crescêncio, servidor público municipal, também ficou espantado com o que viu. No vídeo de 11 segundos publicado por ele, é possível ver mais de 100 pessoas em um trecho pequeno, bebendo ao som de música automotiva. Um homem de prenome Hertileno, membro do mesmo grupo, fez um comentário lacônico e duro: “É o caos da insensibilidade misturada à imbecilidade humana”. “Depois irão chorar”, esbravejou de volta Genival Crescêncio.

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Boa parte das queixas vinha acompanhada de uma mensagem dura, às vezes com xingamentos. Um drone do Portal Correio de Carajás percorreu boa parte da orla e flagrou a tarde de lazer de mais de 200 pessoas, seguramente. Com bares fechados, levavam suas bebidas para o local e havia até mesmo disputa de som mais alto em um trecho do longo perímetro de 2,5 quilômetros da Orla Sebastião Miranda.

Uma das pessoas que estavam na orla na tarde deste domingo acabou pescando uma raia de fogo e a fisgada foi o suficiente para reunir mais de 10 pessoas em volta do achado. Um vídeo mostra o anzol sendo retirado do corpo do animal, que foi devolvido ao rio, seu habitat natural, mas sem um pedaço do corpo.

No decreto do prefeito Tião Miranda e nem no do governador há proibição de as pessoas saírem de casa, apenas para que bares não funcionem no período de 15 dias. Nas redes sociais, também, várias pessoas cobram para que as autoridades sejam mais duras quanto ao lazer, como está ocorrendo no Ceará, onde os moradores estão sendo proibidos de frequentar as praias, por exemplo. (Ulisses Pompeu)