Correio de Carajás

Justiça vai decidir se adolescente do caso da Vila Capistrano vai para o CIAM

O trio de 9, 11 e 13 anos acusado de matar Júlio Henrique foi apresentado pela Polícia Militar na 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil ainda na tarde de quinta, após o corpo ter sido localizado.

De acordo com o delegado Vinícius Cardoso das Neves, superintendente regional de Polícia Civil, as crianças foram entregues ao Conselho Tutelar do Núcleo Cidade Nova, enquanto o adolescente foi apreendido por ato infracional análogo ao crime de homicídio.

O caso dele foi repassado à Vara da Infância e Juventude, que deverá determinar ou não a transferência para o Centro de Internação do Adolescente Masculino (Ciam).

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O delegado acrescenta haver a suspeita de ter havido ato infracional assemelhado a estupro contra a vítima, que foi encontrada sem roupa, mas o Instituto Médico Legal (IML) ainda não emitiu laudo sexológico e nem cadavérico.

Ouvidos pela Polícia Civil, os menores afirmaram que a motivação das agressões seria a discussão por conta de uma brincadeira de bolinha de gude, no entanto, essas alegações serão melhor apuradas para se verificar a real motivação da violência.

Em relação ao destino das crianças, o Correio de Carajás entrou em contato com o Conselho Tutelar, mas não recebeu resposta.

O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê que medidas de proteção são aplicáveis no caso em questão, como orientação, apoio e acompanhamento temporários, inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários e até mesmo requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico.

O trio foi detido pela Polícia Militar após uma testemunha ter visto um dos meninos próximo do local onde o corpo da criança foi encontrado. “A gente foi até essa criança, fez algumas perguntas e ela apontou os outros dois. Eles contaram em detalhes como aconteceu. Contaram que um tinha batido, o outro tinha tirado a roupa e o terceiro empurrou dentro da represa. A criança está cheia de hematomas, ela foi espancada. Também dá pra perceber pedaços de fio e eles confirmaram que usaram fio pra espancar”, afirma o sargento Jordeilton Santos. Os apreendidos negam, contudo, que tenham abusado sexualmente da vítima.

Sobre a motivação do crime, os três afirmaram para a Polícia Militar o mesmo que alegaram na delegacia: uma brincadeira envolvendo jogo de peteca. “Sou policial há treze anos, pela primeira vez vi uma situação assim. Quando a gente soube do motivo ficou estarrecida que uma simples brincadeira tenha resultado na morte de uma criança de cinco anos”.

(Luciana Marschall e Thays Araújo)