Correio de Carajás

Justiça remarca a reintegração de posse da Fazenda Maria Bonita

A juíza titular da Vara do 1º juizado Cível e Criminal, em exercício na Região Agrária de Marabá, Adriana Costa Tristão, autorizou, em decisão publicada no Diário de Justiça do Estado desta sexta-feira (1º), a retirada de 212 famílias de agricultores da Fazenda Maria Bonita, em Eldorado dos Carajás. A reintegração de posse será no dia 21 de novembro. Além da Fazenda Maria Bonita, a ação de reintegração de posse se estende à Fazenda Três Lagoas. 

A fazenda Maria Bonita foi ocupada no dia 25 de julho de 2008 por trabalhadores rurais. Em 11 anos de ocupação, o acampamento batizado “Dalcídio Jurandir” criou uma rede de produção de mandioca, farinha, leite, frutas, legumes, hortaliças, entre outros, gerando um impacto positivo na economia e produção alimentícia local. Além disso, o acampamento possui uma escola que atende cerca de 175 crianças, filhos dos assentados.

Esta não é a primeira vez que o acampamento fica na mira da ação de reintegração de posse. Só este semestre a ação foi adiada duas vezes. Inicialmente a ação seria no dia 17 de setembro e foi adiada para o dia 5 de novembro; e desta última data foi remarcada para o próximo dia 21 de novembro. 

Leia mais:

ESTIGMA DO ELDORADO

A região onde se localiza o assentamento é marcada por conflitos e disputa de terras. Foi justamente em Eldorado dos Carajás, onde em 1996 ocorreu o massacre de 19 trabalhadores rurais pela Polícia Militar do Pará, um dos episódios mais violentos da luta pela terra na Amazônia. (Bianca Levy)