O juiz Alexandre Hiroshi Arakaki, titular da 3ª Vara Criminal de Marabá, indeferiu o pedido de revogação da prisão preventiva de Leticia da Silva Pinto, acusada de ter arquitetado a morte do próprio marido, Fagner da Silva Lima, de 27anos, no Bairro São Félix, em Marabá, em março deste ano.
A defesa dela alegou fatos que afastam a necessidade de manutenção da prisão cautelar, afirmando que a acusada é primária, tem bons antecedentes, com residência fixa e trabalho lícito definido. O Ministério Público, no entanto, opinou desfavoravelmente ao pedido.
Conforme o juiz, esses fatos por si só não são suficientes para a imediata liberação, defendendo que o que pesa nesta análise é a manutenção das circunstâncias que ensejaram o decreto de prisão preventiva.
Leia mais:O magistrado destaca que desde a prisão até agora continuam existindo provas de materialidade e indícios de autoria do crime, afirmando que a soltura dela prejudicaria a ordem pública, uma vez que, conforme consta na denúncia, trata-se de “uma pessoa sem consciência e responsabilidade social”, além de certamente gerar revolta da sociedade local, já que ela é suspeita de tirar a vida do companheiro.
O juiz relembrou, ainda, que a convenceu outra pessoa, Nildo da Silva Oliveira, a matar Fagner, planejando a morte. “Acaso comprovado tal comportamento, Letícia agiu de modo premeditado, orquestrado, organizando a morte de Fagner sem qualquer temor ou escrúpulo, pois ao que consta, o casal passou o fatídico dia bebendo juntos, vistos abraçados em alguns momentos, o que enseja uma conduta incompatível com o padrão socialmente aceito”.
Leticia foi presa em 25 de maio deste ano, por força de mandado de prisão preventiva, em decorrência da Operação Têmis, desencadeada pela Polícia Civil. Nildo da Silva Oliveira, identificado como o responsável pelas facadas que tiraram a vida da vítima, em 25 de março, está foragido. (Luciana Marschall)