Correio de Carajás

Justiça autoriza entrada da PF e Força Nacional na Reserva Parakanã

O juiz federal Heitor Moura Gomes, da Subseção Judiciária de Tucuruí, assinou ordem de busca e apreensão na área da Reserva Indígena Parakanã, em Novo Repartimento, para encontrar os três caçadores que estão desaparecidos dentro da área desde o domingo (25). A ordem judicial também determina a desobstrução do trecho interditado da BR-230 (Transamazônica), que foi ocupada um dia depois do desaparecimento. As buscas serão feitas pela Polícia Federal e Força Nacional.

A decisão judicial foi divulgada na noite desta quinta-feira (28), quatro dias depois do desaparecimento de Cosmo Ribeiro de Sousa, José Luís da Silva Teixeira e Willian Santos Câmara. Agora, os familiares e amigos dos rapazes, assim como moradores da área, que estavam ocupando a pista, liberaram o tráfego dos veículos, mas mantém acampamento nas imediações da Ponte do Peixe Frito, aguardando o resultado das buscas.

William, José Luís e Cosmo estão desaparecidos e seus familiares desesperados

Segundo a decisão, as buscas se fazem necessárias porque existe o perigo iminente de conflito entre moradores da região e indígenas, que são acusados de estarem mantendo os caçadores em cárcere privado ou mesmo terem tirado a vida deles. Os indígenas negam a acusação, mas enquanto o caso não for desvendado o clima permanece instável entre as duas partes.

Leia mais:

“Faz-se necessário esclarecer os fatos o mais breve possível, considerando a gravidade dos atos narrados e a existência de ameaças realizadas por ‘colonos’”, diz trecho da decisão assinada pelo magistrado Heitor Moura Gomes.

A ordem de busca e apreensão se estende a toda a área de 325 mil ha da Reserva Parakanã, composta pelas aldeias Paranatinga, O’Ayga, Paranowaona, Itaoenawa, Itaygara, Paranoawe, Paranoita, Paranoa, Maroxewara, Inaxyganga, Itapeyga, Paranoema, Itaygo’a, Inatarona, Xaraira, Xataopawa, Parano’ona e Arawayaga.

Na decisão, foi oficiado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, para deslocar e manter a Força Nacional de Segurança na área das buscas por 15 dias, pelo menos, para evitar conflito. Também o Comando Geral do Corpo de Bombeiros do Estado do Pará foi acionado para atuar nas buscas.

(Chagas Filho)