A Justiça de São Paulo aceitou, na última quarta-feira (6) o pedido de recuperação judicial do Grupo M5, empresa que é dona da marca de roupas M. Officer. A dívida da companhia é estimada em cerca de R$ 53,6 milhões.
A companhia, que nasceu de um projeto de conclusão de curso superior desenvolvido pelo designer Carlos Miele, foi fundada em 1986 e ganhou espaço sobretudo no segmento de roupas jeans. Atualmente, a marca conta com o e-commerce e tem 12 lojas físicas espalhadas por São Paulo, Bahia, Distrito Federal e Santa Catarina.
No pedido de recuperação, o escritório TWK Advogados, que representa a M5 no processo, destaca ainda que a empresa gera cerca de 130 empregos diretos e outras centenas de empregos indiretos. Além disso, o documento diz que o grupo comercializa 200 mil peças de roupa todos os anos, todas integralmente produzidas pela indústria brasileira.
Leia mais:A decisão proferida pela juíza Maria Rita Rabello Pinho Dias pontua que a crise enfrentada pela companhia tem como causa três principais motivos:
- a concorrência desequilibrada com as gigantes varejistas asiáticas;
- as consequências econômicas trazidas pela pandemia de covid-19, período em que a M. Officer alega ter perdido 91% do seu volume de vendas;
- a grande inadimplência dos consumidores.
O que acontece agora?
A juíza do caso nomeou o escritório Adnan Abdel Kader Salem – Advogados Associados como Administrador Judicial para o processo da M5, tendo um prazo de 48 horas, a partir do deferimento do pedido, para prestar compromisso.
A empresa deverá apresentar, durante todo o processo, suas contas demonstrativas mensais. Enquanto durar a recuperação judicial, ficam suspensas todas as ações e execuções financeiras contra a empresa.
O plano de recuperação judicial deve ser apresentado em até 60 dias da publicação da decisão da Justiça. O processo deve tramitar em até 180 dias.
O Grupo M5 afirma, também, que “a crise de liquidez enfrentada é passageira” e que já vem buscando soluções para além da recuperação judicial. A companhia diz que está reestruturando as suas operações e suas finanças e pontua que tem “um corpo de gestores altamente qualificado apto a reverter a situação”.
(Fonte:G1)