Correio de Carajás

Juros com cartão de crédito podem chegar a 875% ao ano

Assim que se adentra a loja, ouve-se uma voz que, rapidamente, enumera as vantagens de se adquirir o cartão do estabelecimento. Dentre os critérios exigidos, basta apresentar um documento de identidade e um CPF para iniciar o processo. Apesar da aparente facilidade, assumir compromisso com cartões de diversas lojas pode ser perigoso para a saúde financeira do consumidor. Uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), ao analisar os juros do crédito rotativo de 37 cartões, constatou que a maior taxa encontrada foi de 875% ao ano.

O economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia (Corecon-PA), economista Marcos Holanda, explica que esses cartões de lojas, de clubes de fidelidade ou de viagens são como uma evolução do antigo crediário de loja. Em tese, esse meio de pagamento teria como objetivo trazer uma facilidade a mais para o consumidor, porém, ele envolve algumas situações que exigem atenção.

#ANUNCIO

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Marcos aponta que é muito comum que lojas de departamento ofereçam descontos na primeira compra realizada com o cartão da loja, mas é preciso ter consciência que o objetivo da loja é fidelizar o cliente. Portanto, em muitos casos o cartão da loja não oferece cobrança de anuidade se as compras realizadas forem na própria loja, mas a cobrança passa a ser feita caso o consumidor utilize aquele cartão para comprar em outros estabelecimentos. “Tem anuidade que chegam a até R$300. É preciso conhecer todas as cláusulas quando se assina o contrato”, ensina.

ACÚMULO

Outro fator apontado pelo economista é o risco do consumidor interpretar equivocadamente esse “acúmulo” de crédito oferecido por cartões de diversas lojas como um aumento do poder aquisitivo. “Cartões de crédito comuns ou os vinculados a lojas específicas acabam passando a ideia de que o consumidor tem aquele crédito a mais para gastar, mas, na verdade, todos vão comprometer o seu orçamento”, reforça Holanda. “Se não for uma pessoa controlada, ela pode facilmente perder o controle quando as parcelas de cada cartão começarem a ser somadas”.

O risco de perder o controle ao se tentar administrar as faturas de muitos cartões de crédito é justamente o que faz a pensionista Vanda Martins, 60 anos, a concentrar suas compras em apenas um cartão externo. Não é raro ela ser abordada por funcionários que tentam convencê-la a fazer um cartão da loja, mas ela sempre busca uma maneira de se esquivar da tentação. “Eu não entro nisso. Os juros são lá em cima e é muito fácil perder o controle”.

CRÉDITO ROTATIVO

Um estudo realizado pelo instituto Proteste – associação de defesa dos direitos do consumidor – analisou os cartões das principais lojas de departamento, supermercados e combustível e constatou que, também neles, as taxas de juros do crédito rotativo são muito altas. Durante a pesquisa, foram encontradas taxas de juros de 8.9% ao mês a até 20,90% ao mês.

(Diário do Pará)

Assim que se adentra a loja, ouve-se uma voz que, rapidamente, enumera as vantagens de se adquirir o cartão do estabelecimento. Dentre os critérios exigidos, basta apresentar um documento de identidade e um CPF para iniciar o processo. Apesar da aparente facilidade, assumir compromisso com cartões de diversas lojas pode ser perigoso para a saúde financeira do consumidor. Uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), ao analisar os juros do crédito rotativo de 37 cartões, constatou que a maior taxa encontrada foi de 875% ao ano.

O economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia (Corecon-PA), economista Marcos Holanda, explica que esses cartões de lojas, de clubes de fidelidade ou de viagens são como uma evolução do antigo crediário de loja. Em tese, esse meio de pagamento teria como objetivo trazer uma facilidade a mais para o consumidor, porém, ele envolve algumas situações que exigem atenção.

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Marcos aponta que é muito comum que lojas de departamento ofereçam descontos na primeira compra realizada com o cartão da loja, mas é preciso ter consciência que o objetivo da loja é fidelizar o cliente. Portanto, em muitos casos o cartão da loja não oferece cobrança de anuidade se as compras realizadas forem na própria loja, mas a cobrança passa a ser feita caso o consumidor utilize aquele cartão para comprar em outros estabelecimentos. “Tem anuidade que chegam a até R$300. É preciso conhecer todas as cláusulas quando se assina o contrato”, ensina.

ACÚMULO

Outro fator apontado pelo economista é o risco do consumidor interpretar equivocadamente esse “acúmulo” de crédito oferecido por cartões de diversas lojas como um aumento do poder aquisitivo. “Cartões de crédito comuns ou os vinculados a lojas específicas acabam passando a ideia de que o consumidor tem aquele crédito a mais para gastar, mas, na verdade, todos vão comprometer o seu orçamento”, reforça Holanda. “Se não for uma pessoa controlada, ela pode facilmente perder o controle quando as parcelas de cada cartão começarem a ser somadas”.

O risco de perder o controle ao se tentar administrar as faturas de muitos cartões de crédito é justamente o que faz a pensionista Vanda Martins, 60 anos, a concentrar suas compras em apenas um cartão externo. Não é raro ela ser abordada por funcionários que tentam convencê-la a fazer um cartão da loja, mas ela sempre busca uma maneira de se esquivar da tentação. “Eu não entro nisso. Os juros são lá em cima e é muito fácil perder o controle”.

CRÉDITO ROTATIVO

Um estudo realizado pelo instituto Proteste – associação de defesa dos direitos do consumidor – analisou os cartões das principais lojas de departamento, supermercados e combustível e constatou que, também neles, as taxas de juros do crédito rotativo são muito altas. Durante a pesquisa, foram encontradas taxas de juros de 8.9% ao mês a até 20,90% ao mês.

(Diário do Pará)