Correio de Carajás

Júri popular inocenta acusado de homicídio

Ruhan Fernandes foi morto em briga no pátio de um posto

A Justiça inocentou um homem pelo crime de homicídio cometido há mais de 10 anos, em São Domingos do Araguaia. O julgamento aconteceu no prédio da Câmara dos Vereadores Municipal durante toda a quarta-feira (26), adentrando a noite, quando teve o veredito por volta das 19h30.

Júri ocorreu no prédio da Câmara Municipal de Vereadores

Daison Sousa dos Santos era réu pelo assassinato, a golpes de faca, do jovem Ruhan Fernandes Costas, na época com 18 anos. O crime foi registrado no dia 2 de janeiro de 2013, durante uma festa no pátio de um posto de combustíveis, na entrada da cidade.

Ruhan Fernandes estava comemorando a eleição de um tio ao cargo de vereador do município e lá teria encontrado o agressor. Houve desavença entre ambos, resultando na morte dele.

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De acordo com a mãe da vítima, meses antes o filho teria impedido que um amigo fosse agredido por Daison e, a partir de então, ele teria sido marcado pelo réu. “Daison queria bater no amigo do Ruhan, mas foi impedido. A briga entre Daison e o amigo seria por causa de mulher”, disse ela.

Familiares ficaram desolados com o resultado do júri

Desde a época do crime, Daison Sousa estava foragido, mas em setembro de 2021 foi preso por tráfico de drogas, enquanto trabalhava como mototaxi clandestino na cidade de Bacabal, na região central do Maranhão. Na delegacia, foi constatado que já havia um mandado de prisão em aberto pelo crime de homicídio no Pará.

Daison Sousa dos Santos alegou legítima defesa

No júri popular, sete jurados votaram, a maioria pela absolvição do acusado, alegando que ele teria agido em legítima defesa por sofrer ameaças constantemente. O réu confesso disse que agiu no calor do momento e que “tudo não passava de um pesadelo”, alegando que teria sido vítima de agressões por parte de Ruhan, que teria agido em companhia de amigos.

Jaira relata que desde a morte do filho tem ficado doente e ao receber a notícia do veredito com a impunidade passou mal, desmaiou e foi parar no hospital. “Eu simplesmente dei dois gritos e falei que não pode um assassino ficar impune e meu filho morto. Acabou com a estrutura da minha família e até hoje nós sofremos com isso”, lamentou, em lágrimas.

Ela ainda ressaltou que seguirá lutando para que Daison pague pelo crime e irá recorrer da sentença. “Lutarei enquanto vida eu tiver para que a justiça seja feita”. O caso foi julgado pela juíza da comarca, Andrea Aparecida de Almeida Lopes. Daison seguirá preso pois ainda responde por tráfico de drogas. (Luiz Carlos Silva – Freelancer)