Correio de Carajás

Júri absolve, de novo, ex-guarda municipal acusado de feminicídio em Marabá

Em pé, Rômulo Passos foi julgado duas vezes e em ambas absolvido da acusação de feminicídio

Rômulo Passos Soares foi julgado novamente nesta quinta-feira, 25, pelo assassinato de Nayara Vieira Ribeiro em 2017. Pela segunda vez, o júri entendeu que o acusado não teve envolvimento na morte da mulher e o absolveu da condenação.

Por quatro votos a dois, os jurados compreenderam que não era Rômulo que conduzia a motocicleta que levava o executor direto dos disparos de arma de fogo que mataram a vítima.

O ex-guarda municipal de Marabá passou pelo júri novamente após o Ministério Público recorrer do resultado, em 2023, sob a alegação de que a decisão era manifestamente contrária às provas dos autos do processo. Segundo o desembargador Pedro Pinheiro Sotero, que anulou o julgamento, as evidências indicavam a culpa do réu nos crimes pelos quais foi acusado, e a decisão de absolver Rômulo não estaria de acordo com essas provas.

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Durante o julgamento desta quinta-feira, duas testemunhas de acusação prestaram depoimento: Raíssa Beleboni, delegada da Polícia Civil que conduziu as investigações à época, e Brenda Vieira Ribeiro, irmã da vítima.

Em sua tese, o Ministério Público pedia a condenação de Rômulo por entender que ele participou do assassinato de Nayara afim de assegurar a impunidade do crime de tortura, ocultando as provas da vítima, que havia sido estuprada, torturada e extorquida quatro dias antes de ser brutalmente assassinada com seis tiros, e sem chance de defesa, em via pública.

Já a defesa de Passos, apresentou três testemunhas – duas delas colegas de trabalho da GM – que afirmaram estar com Rômulo na noite do dia 13 de outubro de 2017 em um jantar na casa dele. Marcos Robert da Silva Trindade, Frank da Silva Sales e Moisés Moreira de Araújo alegaram que não era o colega que estava pilotando a moto no dia do crime.

Outro ponto levantado pela defesa foi de que testemunhas do crime – que participaram do julgamento passado – afirmam que quem conduzia a motocicleta era uma pessoa ‘morena’, não sendo possível ser Rômulo, que é branco.

A promotora Cristine Magela, que estava à frente da acusação, ainda relembrou os outros casos de violência e tortura que Rômulo já participou e foi condenado.

O Tribunal do Júri iniciou às 9h20 da manhã e terminou às 19h45 com a absolvição do réu.

Vale ressaltar que Rômulo está preso pelo crime de tortura, estupro, extorsão e ameaça. Ele, Alexandro Caldas Pó (que também está preso) e um terceiro indivíduo que ainda não foi identificado, levaram Nayara, Wanderson Bruno e Alex Amaral para um matagal, onde sofreram tortura física, foram roubados e obrigados a praticar atos libidinosos.

Desde maio de 2024 Rômulo está em regime semiaberto. Caldas Pó segue em regime fechado.

(Ana Mangas)