A junina Sedução é a campeã 2024 do grupo B, no 37⁰ Festejo Junino de Marabá. O grupo não se intimidou após um hiato de sete anos e fez um retorno triunfal no concurso de quadrilhas. Além de erguer o troféu de campeã, a Sedução conquistou o acesso ao grupo A, a elite das juninas marabaenses.
A arena no Largo da Santa Rosa foi o palco das apresentações das cinco finalistas do grupo B e da apuração do resultado final, na noite de sexta-feira, 29. Por lá, além da Sedução, a junina Moleka Sem Vergonha recebeu o troféu de 2⁰ lugar. Ela também sobe para o grupo A no próximo ano. Na 3ª colocação ficou a Coração de Estudante.
Vibrando de emoção pela conquista da Sedução, Priscila Dias Pinto, professora e uma das coordenadoras da junina, não conteve o orgulho ao conversar com a reportagem do CORREIO.
Leia mais:“Após sete anos nós voltamos com tudo e subimos para a série A”. Ela compartilha que a saudade da arena junina era tanta, que o grupo se juntou há alguns meses e decidiu voltar ao circuito. Coragem recompensada com o triunfo do grupo no Largo da Santa Rosa.
Ao longo de seu espetáculo, a Sedução sustentou uma coreografia dinâmica e sincronizada, que incentivou a torcida a gastar o gogó gritando comandos de incentivo para os brincantes. Eles personificaram a emoção do momento e carregaram a empolgação nos pés e no balanço das saias.
Com destaque para o casal de noivos, que não poupou simpatia e distribuiu sorrisos. A alegria da dupla foi a maior indumentária da noite.
O tema “Chita: uma disputa de cores no São João” foi bailado com uma coreografia que recebe, dentre outras, a assinatura de Cláudio Yaguara, criador da emblemática Explode Coração, junina que se aposentou há alguns anos.
A temática irreverente, contou a história de um casal que quer subir ao altar vestindo chita xadrez, mas é impedido pelos reis do vilarejo. No final, com a ajuda de uma exímia costureira, tudo deu certo e os noivos realizaram o grande sonho.
E até mesmo a grande troca de figurino de toda a junina foi orquestrada com excelência, com a ajuda da produção, que também merece nota 10 pela agilidade e precisão em conduzir os painéis que escondiam as surpresas na arena.
A junina Sedução, ao finalizar seu espetáculo arrebatador, abriu um oceano de expectativas para sua performance do ano que vem. O que será que vem por aí?
2⁰ E 3⁰ LUGAR
A Moleka Sem Vergonha apresentou a temática “Ainda é cedo para ser tarde demais, porque o tempo ainda é nosso”, mesclando o figurino tradicional com elementos futurísticos.
Na arena, a turma montou uma verdadeira quermesse, com direito a barraquinhas de maçã do amor, pipoca, mugunzá e barraca do beijo e havia até uma fogueira que prometia efeitos pirotécnicos, mas infelizmente não funcionou.
Os brincantes dançaram incentivados por versões em forró, de grandes clássicos da MPB, como: Metamorfose Ambulante, Tempos Modernos e Como Uma Onda.
Apesar da coreografia bem construída, a execução não sustentou todos os elementos inovadores que a junina trouxe para a arena. A temática, que mescla o futuro com o presente foi uma boa sacada, mas faltou um “algo a mais” nos quesitos empolgação e conjunto.
A junina tentou trazer frases inspiradoras no final da apresentação, mas os diversos momentos de encenação tiraram do público, preciosos minutos da dança tradicional de São João, a quadrilha.
Apesar dos deslizes, a Moleka Sem Vergonha fez uma apresentação arrojada e para o próximo ano, quando vai competir com a elite, será preciso subir o sarrafo na arena.
A terceira colocada, Coração de Estudante, interpretou o tema “Anunciação: olhe para o céu, os sinais do São João” e mais uma vez contou com o apoio da torcida para impulsionar o show na arena.
A quadrilha foi a 5ª colocada na classificação geral e percorreu 75 quilômetros, entre a Vila Santa Fé e Marabá, para brigar pelo título do grupo B. Ao conhecer o resultado final, os brincantes vibraram e se emocionaram com o 3⁰ lugar.
De maneira singela, mas poderosa, a Coração de Estudante ressaltou uma das maiores qualidades das pessoas do campo: a perseverança. “Se o homem do campo não planta, a cidade não janta”.
Completando a noite, quem também levou alegria para o público foi a Diamante Negro, que embalou a temática “Os amantes e o contra” na arena.
Fotos: Evangelista Rocha
A Balão Dourado, dos bairros Nossa Senhora Aparecida e Araguaia, apresentou o tema “No terreiro da fazenda, festa e tradição em uma noite de São João”. Os figurinos amarelos foram enfeitados com as tradicionais bandeirinhas, e os passos da coreografia remeteram a uma época em que a inovação ainda não havia chegado na arena junina. (Luciana Araújo)