Correio de Carajás

Juiz adia julgamento de fazendeiro acusado de mandar matar sindicalista no Pará

O juiz Raimundo Moisés Alves Flexa, do Fórum de Belém, adiou o julgamento do fazendeiro Décio José Barros Nunes, acusado de ser o mandante do assassinato do sindicalista José Dutra da Costa em 2000. O pedido foi feito pelo promotor de justiça Flanklin Prado, porque o assistente de acusação José Afonso Batista não poderia comparecer à audiência.

O julgamento do fazendeiro ocorreria na manhã desta quarta-feira (31). Agora uma nova data será marcada para a realização do júri.

O caso Dezinho teve muita repercussão junto à organização dos estados americanos que inclusive o Brasil faz parte, e fez um acordo com a organização para que novas políticas públicas relacionadas a reforma agrária fossem tomadas depois desse caso.

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Dezinho era presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município, e lutava pela desapropriação de terras para a reforma agrária na região. Segundo entidades ligadas aos direitos humanos, ele foi morto no dia 21 de novembro de 2000, em Rondon do Pará, sudeste do Estado, por denunciar práticas de trabalho escravo e apoiar famílias de sem terras.

O réu, conhecido como Delsão, afirma que nunca teve suas terras invadidas e negou conhecer diversas pessoas que constam nos autos do processo como participantes do crime, inclusive Domício, conhecido como Raul, teria providenciado a arma usada no crime.

Julgamentos

Este é o quarto julgamento do caso Dezinho. Wellington de Jesus da Silva, que foi preso logo após o crime, foi condenado a 27 anos em regime fechado em 2006. Segundo a Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos, o réu teve progressão de regime em 2007, fugiu após receber saída temporária de natal e está foragido.

Em outubro de 2013, Domínio de Souza Neto e Lourival de Souza Costa foram julgados e absolvidos pelo mesmo crime. Todos os julgamentos do caso foram realizados em Belém. Décio Nunes, apontado como mandante do crime, teve o processo desmembrado, foi julgado e condenado em 2014, mas teve o julgamento anulado. Esse ano novamente será julgado pela justiça.