📅 Publicado em 05/11/2025 19h11✏️ Atualizado em 05/11/2025 19h17
O Projeto de Extensão “Direito à Segurança e os Desafios da Violência Doméstica”, promovido por acadêmicos do segundo período do curso de Direito da Unama (Universidade da Amazônia), chegou na noite desta terça-feira (4) à Escola Estadual de Ensino Médio Gaspar Vianna – Anexo I, localizada na Folha 33, bairro Nova Marabá, região de Integração Carajás.
A iniciativa tem como objetivo levar os fundamentos do Direito à comunidade, com foco especial nos desafios do enfrentamento à violência doméstica.
Renan Pablo Portilho, discente de Direito da Unama e integrante do projeto, explicou que o tema foi escolhido para aproximar o debate jurídico da realidade social.
Leia mais:“Contamos com o apoio da Guarda Municipal, da Polícia Militar e de profissionais da Psicologia, que nos auxiliaram na apresentação das informações. Compreendemos que a violência doméstica é um ciclo que precisa ser rompido, e isso só é possível por meio da informação, da comunicação e da educação”, afirmou o acadêmico, que também é policial militar em Marabá.
Além dos universitários, participaram da palestra integrantes da Patrulha Maria da Penha, da Guarda Municipal de Marabá, e representantes do Programa Pró-Mulher, da Polícia Militar.

Números da violência
De janeiro a setembro deste ano, o Núcleo Integrado de Operações (Niop) registrou 2.402 casos de violência doméstica em Marabá — uma média de oito por dia.
A Guarda Municipal também realizou mais de 500 acompanhamentos e aplicou 100 medidas protetivas no mesmo período, reforçando o combate à violência contra a mulher.
Rede de apoio e conscientização
A cabo Welmica Santana Silva, da PMPA, integrante do Programa Pró-Mulher, destacou que o projeto fortalece os canais de proteção. “A partir do Projeto de Extensão, levamos à sociedade informações sobre os meios de proteção à mulher e os canais de denúncia da violência”, disse ela.
O inspetor Roberto Lemos, coordenador da Patrulha Maria da Penha, ressaltou a importância da prevenção. “Queremos que os alunos multipliquem as informações recebidas, seja para denunciar ou para romper o ciclo de violência. A mulher precisa entender que não está sozinha — existe uma rede de apoio”, afirmou.
A Patrulha Maria da Penha tem como principal função fiscalizar medidas protetivas de urgência encaminhadas pelo Poder Judiciário.

Educação e transformação
Para a diretora da escola, Antônia de Jesus, abrir o diálogo sobre violência doméstica é uma forma de transformação social.
“A Escola Gaspar Vianna Anexo I cumpre seu papel educativo e se posiciona como agente de proteção e cidadania. Somos gratos por essa parceria, pois acreditamos que educação é responsabilidade de todos: escola, família e sociedade”, declarou.
A estudante Francisca Paula, do 1º ano EJA, avaliou a experiência como transformadora: “A palestra me fez enxergar que o silêncio perpetua o ciclo de agressões e que informação salva vidas. Agora me sinto mais preparada para identificar sinais de violência e orientar outras pessoas a buscar ajuda”, afirmou. (Texto: Emilly Coelho)
