Dez jovens estudantes e vários profissionais que integram o projeto Rios de Encontro, sediado na comunidade do Cabelo Seco, na Marabá Pioneira, estarão participando, entre os dias 12 e 9 de novembro, do 2º Fórum Bem Viver, na cidade de Moeda (MG). Será a culminância do projeto nacional ‘Redes de Criatividade’, financiado pelo Ministério da Cultura e coordenado pelo Rios de Encontro.
O evento vai juntar 10 projetos regionais juvenis que mostrarão o modo de vida baseado na cultura indígena como alternativa socioambiental à militarização e ‘tecnificação’ da escola. Os participantes serão desafiados a transformar aparelhos celulares em recurso criativo a favor da sustentabilidade.
“Esse fórum acontece num momento inédito, quando as fake news estão sendo disseminada nas redes sociais para fomentar o preconceito contra projetos comprometidos a transformar pânico sobre violência e corrupção em confiança na escola, família, democracia e justiça socioambiental”, afirma Dan Baron, coordenador do Redes de Criatividade, vinculado ao Rios de Encontro.
Leia mais:O Redes de Criatividade é o único projeto amazônico, dentre dez premiados, a destacar a questão socioambiental. Segundo Dan Baron, os 10 polos do projeto vêm descobrindo, em escolas e comunidades, como transformar a força viciante e isolante da microtecnologia em ferramenta de aprendizagem.
“O celular prejudica o sono, a visão, o equilíbrio emocional e as relações familiares e sociais”, disse Elisa Neves, coordenadora do projeto Salus que incentiva hortas medicinais no Cabelo Seco. “Mas agora, o celular e as redes sociais vem prejudicando a democracia no mundo, criando conflito, aumentando pânico, depressão e suicídio. Nem uma escola, família ou país escapa.”
Vinte jovens de Santa Catarina, Minas Gerais, Bahia, Pará, São Paulo, Distrito Federal e Maranhão vão trocar vídeos entre eles e construir uma ação audiovisual coletiva com arte educadores, médicos, advogados, pedagogos, policiais e engenheiros por meio de oficinas. “Três jovens do Cabelo Seco foram escolhidos para serem oficineiros, documentaristas e artistas durante o fórum”, disse Manoela Souza, gestora do projeto. “Estão liderando um projeto na Escola Irmã Theodora agora, mas aprenderão sobre como integrar novas tecnologias e redes sociais para consultar, tomar decisões informadas e criar modelos de governança comunitária inclusiva, guiados pela alfabetização cultural e informativa.”
O fórum contará ainda com um momento de reflexão sobre a tragédia ocorrida há três anos com a cidade de Mariana, também em Minas Gerais
que sofreu o maior crime ambiental da história do Brasil. A cidade de Moeda, aliás, é a única da região que resiste a exploração mineral.
“A cidade já é símbolo de resiliência verde”, disse Sol Bueno, cantora internacional e arte educadora que mora em Moeda. “Inspirados pelo primeiro fórum ocorrido no Cabelo Seco, convidamos parceiros do projetos Rios de Encontro na Nova Zelândia a doarem placas de energia solares para uma escola municipal o município.” (Com informações de Dan Baron)