Correio de Carajás

Jovem de Rondon do Pará vence “Oscar da Linguística” brasileiro

Ao arrematar o prêmio “Serafim da Silva Neto”, Bruno Gomes dispensa rotulações: “Não faço a menor questão de ser o intelectual prodígio e dentro dos padrões”

No dia 8 de abril de 2021, o jovem Bruno Gomes entrou para a história da pesquisa em Linguística no Brasil. Ao anunciar os vencedores do prêmio “Serafim da Silva Neto”, ele levou para casa a honraria pelo conjunto de sua obra. Vitorioso na categoria “Destaque em Linguística 2020”, ele conseguiu o feito de romper padrões e ser ganhador do prêmio mais tradicional da pesquisa em Filologia e Linguística do Brasil. Com isso, Gomes tornou-se o mais jovem e único pesquisador do Norte do país a ser contemplado com o “Oscar” da Linguística Nacional.

Ao fazer um balanço sobre sua carreira, que já completa 18 anos em agosto de 2021, o pesquisador não faz a menor questão de sustentar rótulos, títulos e estereótipos: “Eu sou extremamente grato a tudo que consegui. Afinal, é a minha história. Mas com a idade e cabeça que tenho hoje, seria uma falta de inteligência emocional acreditar que o tempo não passa e me apegar a rótulos que, na verdade, ofuscam a minha essência como ser humano. Eu fico feliz por ser lembrado como uma pessoa legal, que consegue se colocar no lugar do outro”, declarou.

Bruno Gomes é chamado de prodígio, de intelectual e, às vezes, até de “rei”. O pesquisador admite se sentir lisonjeado com isso, mas insiste em enfatizar que a natureza profissional só é possível mediante ao que você pode oferecer enquanto pessoa: “Eu não sou inteligente. Eu sou disciplinado. Ser bem-sucedido requer foco e disciplina”.

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O prêmio “Serafim da Silva Neto” é a mais tradicional premiação da Linguística e da Filologia no Brasil. É dada aos doutores e pesquisadores que apresentam grande importância nas suas respectivas áreas de investigação. Conhecido como o “Oscar da Pesquisa”, os laureados são, geralmente, profissionais de longa carreira profissional. E como Bruno Gomes é conhecido por quebrar paradigmas, levou o ar de sua jovialidade, mas ao mesmo tempo da maturidade à premiação deste ano. É um prêmio concedido pelo Círculo de Estudos Linguísticos e Filológicos do Brasil, sendo a cerimonia com sede em diferentes capitais brasileiras a cada ano. Para eleger os melhores de 2020, a sede seria em Salvador (BA), mas, em razão da pandemia da Covid19, as atividades ocorrerem de maneira remota.

Os membros do Circuito escolhem os nomes mais expressivos para concorrem, o que eles denominam de 1º turno. Após a prévia, os mais votados pelos membros do Circuito são encaminhados para votação popular, em que a comunidade acadêmica vota e elege aquele pesquisador que melhor lhes representa, o que chamam de 2º turno.

Bruno Gomes aproveitou a oportunidade para agradecer a todos que foram importantes na sua vida acadêmica durante quase duas décadas que se dedicou à educação e à pesquisa em todos os níveis: “Agradeço a todos da UEPA, que me apoiou em todos os sentidos e festejou demais essa vitória; à UFT, que me incentivou nos primeiros passos de pesquisa e ao Centro Universitário Anhanguera Pitágoras Ampli, em Santo André, São Paulo, instituição que é minha atual casa e me recebeu de braços abertos” comemorou.

Sobre as pessoas que influenciaram em seu crescimento, Bruno Gomes diz que suas referências são muitas, porque todos que passaram por sua vida deixaram alguma contribuição. Entretanto, o pesquisador arrisca a nominar algumas delas: “Tenho várias pessoas que fizeram a diferença na minha vida. Isso depende da fase da vida em que eu estive. Mas posso citar as ´professoras Denise Cardoso, Élida Moreira, Shirley Veloso, Nilsandra Martins, Suzana Salazar, Lidiane Silva e Marina Angelocci, minha atual coordenadora, no Centro Universitário Anhanguera Ampli, de São Paulo”, citou.

Apegado à família, Bruno Gomes revela seu amor incondicional à sua mãe, Ivanete Gomes: “Nos parecemos demais na maneira de ver a vida. Sem dúvidas, minha mãe é minha maior inspiração. Me ensinou valores que vou levar para vida inteira”. Além da matriarca da família, o jovem pesquisador também declara seu carinho à sua madrinha, Maria Martins da Silva: “ela é minha tia, minha segunda mãe. Amor eterno a ela e às minhas primas, suas filhas”, declarou.

Bruno Gomes fez árduas pesquisas, tendo-as publicado em todo o mundo, em 5 diferentes idiomas (Português, Espanhol, Inglês, Italiano e Francês), o que lhe assegurou aparecer em trabalhos científicos em várias partes do Globo. Atualmente, o jovem pesquisador é uma expressão internacional. (Delmiro Silva)