Correio de Carajás

Jovem assassinado na Folha 35 não era enteado da acusada

Genésio Queiroga, advogado da família de Samuel, busca “a correta aplicação da justiça”/Foto: Evangelista Rocha

Mais um capítulo do crime que vem tomando conta da cena policial em Marabá: o jovem Samuel Alves dos Reis Cavalcante, assassinado com um tiro de espingarda na nuca, não era enteado da acusada do crime, Jessyka Barbosa Sampaio, de 29 anos. Ele veio da zona rural para morar na casa dela, a convite do marido de Jessyka, que lhe conheceu em um acampamento de sem-terra e prometeu moradia e emprego em uma cerâmica na Folha 35, cerca de 6 anos atrás. Desde então, ele passou a morar com o casal no mesmo bairro onde fica a cerâmica. Mas sempre manteve contato com sua mãe, Cleudes Alves dos Reis, que mora na zona rural de Pacajá.

A informação foi trazida à tona pelo advogado Genésio Queiroga, que acompanha o caso em nome da mãe de Samuel e deve participar da ação penal como assistente de acusação. Somente depois do crime, o advogado e a mãe de Samuel descobriram que Jessyka fazia questão de dizer que ele não tinha familiares próximos e era seu filho adotivo. Mas isso não é verdade.

De acordo com Genésio Queiroga, no dia do crime, Samuel entrou em contato por telefone com a mãe e informou que estava se mudando daquela casa, mas não explicou por que decidiu se mudar. Tudo leva a crer, conforme a investigação policial, que Jessyka não aceitava que Samuel fosse embora, porque ambos estavam tendo um relacionamento extraconjugal e, por isso, ela tirou a vida do rapaz.

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Três dias depois do crime, Cleudes conseguiu chegar em Marabá e foi até a delegacia para saber sobre o andamento das investigações. Só então o delegado Leandro Pontes, que investiga o caso, ficou sabendo que Samuel tinha uma mãe.

“Ele tinha um contato muito grande com a mãe biológica, então qual seria o interesse da Jessyka em dizer que ele não tinha familiares, não tinha ninguém? Talvez fosse exatamente a ideia de tentar deixar essa morte sem muito conhecimento pra talvez se livrar dessa ação penal que com certeza virá”, observa o advogado.

Vale lembrar que quando Samuel morreu, no dia 1º de março deste ano, apenas Jessyka estava com ele na casa e foi ela mesma quem disse à polícia que ele estava manuseando a espingarda quando esta disparou acidentalmente.

Conforme noticiado em primeira mão por este CORREIO, Jessyka é acusada de ameaçar duas de 10 testemunhas que foram ouvidas pela polícia no decorrer da investigação, conforme Boletim de Ocorrência Policial registrado pelas próprias testemunhas. Ela também já foi presa acusada de assalto a banco e autuada por posse ilegal de arma de fogo.

Agora, Genésio Queiroga e seu colega advogado Wesley Menez aguardam os próximos procedimentos para acompanhar a ação penal na condição de assistentes de acusação, de forma conjunta com o Ministério Público, conforme prevê o Código de Processo Penal (CPP), para buscar “a correta aplicação da justiça”.

(Chagas Filho)