A Johnson & Johnson anunciou na quinta-feira (1º) que sua vacina contra a Covid é eficaz contra a variante delta, com uma resposta imunológica que dura pelo menos oito meses. Os resultados ainda não foram avaliados por outros cientistas nem publicados em revista.
A vacina é usada no Brasil e a única aplicada em apenas uma dose.
A empresa anunciou que os anticorpos e as células do sistema imunológico de 8 pessoas imunizadas com a vacina neutralizaram a variante, identificada pela primeira vez na Índia.
Leia mais:“Acreditamos que nossa vacina oferece proteção duradoura contra a Covid-19 e provoca uma atividade neutralizante contra a variante delta”, afirmou o diretor científico da J&J, Paul Stoffels, em um comunicado da empresa.
O diretor do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Janssen, Mathai Mammen, disse que os dados apontam que a resposta dos anticorpos induzidos pela vacina melhora com o tempo.
O Brasil comprou 38 milhões de doses da vacina, para serem entregues até dezembro deste ano, e ela já começou a ser aplicada no país.
Eficácia
Os resultados dos testes clínicos da vacina da Johnson foram publicados em abril na revista científica “New England Journal of Medicine” Segundo a publicação, a vacina apresentou:
- eficácia de 66% contra os casos moderados e graves da Covid-19;
- eficácia de 85,4% contra casos graves;
- 100% de proteção contra hospitalização e morte por Covid após 28 dias da aplicação.
Os dados de eficácia e segurança se baseiam em estudo com 43.783 voluntários em 8 países de três continentes, incluindo o Brasil, com uma população diversa e ampla, sendo 34% dos participantes com mais de 60 anos de idade.
Segundo a FDA (agência de medicamentos e alimentos dos Estados Unidos), a vacina teve efetividade de 72% no país.
Em fevereiro, a FDA informou que a vacina funcionou contra a variante beta, identificada pela primeira vez na África do Sul. Segunda a agência, a vacina da Janssen teve eficácia de 64% contra os casos moderados causados pela variante e de 82% contra as formas severas.
Variante delta
A variante delta do coronavírus (B.1.617) vem preocupando especialistas, países e entidades por ser mais transmissível. Dados levantados até agora indicam que as vacinas de Oxford e da Pfizer continuam sendo efetivas contra a variante, desde que ambas as doses sejam recebidas.
Até esta quinta-feira (1º), não havia dados sobre a vacina da Johnson contra a variante. Também não há informações sobre a proteção da CoronaVac contra a delta.
A delta é uma das quatro variantes de preocupação global (VOCs, na sigla em inglês). As outras três são a alfa (variante britânica), a beta (sul-africana) e a gama (brasileira ou P.1). No Brasil, ela já causou ao menos duas mortes.
Novas restrições têm sido decretadas em diversos países para conter a variante, como na Austrália e na Rússia e em Portugal, no Reino Unido e na Itália. Israel, uma das nações com a vacinação mais adiantadas do mundo, voltou a exigir o uso de máscara em locais fechados.
Um relatório do Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) estimou que ela pode chegar a representar 90% dos novos casos na União Europeia até o final de agosto.
(Fonte:G1)