Correio de Carajás

Jogos da Castanha: Povos indígenas estão reunidos

Continua em andamento a 7ª edição dos Jogos da Festa da Castanha. O evento segue até o dia 8 de abril e ocorre na Terra Indígena Mãe Maria, localizada no município de Bom Jesus do Tocantins. O objetivo do evento é fortalecer a cultura indígena, valorizando o passando e aqueles que são responsáveis por repassá-los aos mais jovens.

Os jogos fazem parte do Festival Safra da Castanha, que festeja a colheita do fruto e que é uma das principais fontes de renda dos indígenas. O cacique Zeca faz questão de deixar claro que a festa é aberta ao público não índio, com entrada gratuita, e serve para aproximar os diversos povos indígenas e fortalecer a cultura, permitindo troca de conhecimentos por meio das danças, jogos tradicionais, alimentação, etc.

Atualmente, a terra indígena é ocupada pelo povo Gavião Parkatejê e grupos Gavião do Oeste e Gavião da Montanha, que organizam suas 16 aldeias próximo à BR-222. O grupo que habita no Km 30 se autodenomina Parakatejê ou Rorokateyê, enquanto os que habitam no Km 34 se autodenominam Kyikatêjê.

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Público formado por indígenas e convidados, acompanha os jogos

E é exatamente este último que promove os jogos para celebrar o mês da safra da castanha. Neste ano, segundo avaliação da comunidade, foram coletados cerca de 400 hectolitros de castanha-do-pará.

São dez modalidades sendo disputadas e participam do Festival povos de aldeias da Terra Indígena Mãe Maria e outros “irmãos” convidados, como Gavião do Pará, Gavião do Maranhão, Xerente, Karajá-Ixybiowa, Asuriní, Kayapó e Canela. Todas as aldeias participantes fazem diversas apresentações culturais ao longo dos nove dias de festa.

Segundo o cacique, o povo Gavião Kyikatêjê usa o esporte para envolver seu próprio povo e ao mesmo tempo para atrair outras pessoas para as causas sociais e ambientais. Ele ressalta que esta deveria ser uma causa de todos e acrescenta que a tribo quer uma sociedade que respeite a natureza e uns aos outros.

No centro da aldeia foi construído uma arena com duas arquibancadas para receber os visitantes e delimitação da área de competições com um cercado em madeira. “Tudo isso é para mostrar a receptividade de nosso povo para com outras culturas. Temos muito respeito pelas pessoas”, diz Zeca Gavião.

As atividades diárias do evento são: artesanato, jogo de flecha, pintura corporal, praça de alimentação e danças.

Encerramento de luto

Também no último domingo (31), dia da abertura dos jogos, houve a corrida de tora no encerramento do luto por Paulo Aritana Sompré, popularmente conhecido como Aru. Ele era jogador de futebol pelo Clube Gavião Kyikatejê e tinha 30 anos. O acidente que vitimou Aru ocorreu na madrugada do dia 30 de março do ano passado, próximo ao bairro São Félix, em Marabá, após o carro do indígena colidir frontalmente com uma caçamba na BR-222.

No ano de 2014, Aru ficou conhecido pelo bom desempenho apresentado no Campeonato Paraense, enquanto jogava no Gavião Kyikatejê. Ele também passou pelo Palmas, Águia de Marabá, Ananindeua, Parauapebas e Imperatriz, e sempre entrava pintado com as cores do povo indígena em todo os jogos que disputava. (Karine Sued)

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São dez modalidades sendo disputadas e participam do Festival povos de aldeias da Terra Indígena Mãe Maria e outros “irmãos” convidados, como Gavião do Pará, Gavião do Maranhão, Xerente, Karajá-Ixybiowa, Asuriní, Kayapó e Canela. Todas as aldeias participantes fazem diversas apresentações culturais ao longo dos nove dias de festa.