Correio de Carajás

Itupiranga: desportistas sofrem sem quadra coberta e “feira do produtor” é espaço fantasma

Visto de cima, prédio segue destelhado e obra agoniza 6 meses depois do prazo final

Parada no tempo, Itupiranga só consegue avançar em alguma estrutura na dependência do apoio do Governo do Pará, que banca a reforma do Hospital Municipal, por exemplo. De outro lado, no quesito aparelhamento do Esporte, a obra do ginásio coberto anda a passos de tartaruga e, bem ao lado, espaço que deveria abrigar uma feira do produtor rural, é encontrado largado às traças. Não são poucos os símbolos da ineficiência da gestão Benjamin Tasca, às portas do seu quarto ano.

Na frente, placa, cercada por lixo, atesta que a obra não cumpriu o seu prazo

Para falar do ginásio é importante pontuar, primeiro, que os desportistas e a juventude de Itupiranga não contam com qualquer espaço coberto de acesso público no momento para atividades e torneios esportivos. Apenas uma das escolas do município conta com tal equipamento à sombra, e sua prioridade, obviamente, está nas atividades de ano letivo.

A Prefeitura se propôs a reformar o “Ginásio Coberto”, local que no momento, aliás, está destelhado, e começou a obra em 30 de junho de 2022, devendo ter terminado em junho de 2023, segundo ostentosa placa que o próprio governo Tasca colocou na frente, com o slogan da gestão: “A gente faz obra pra você”. Ocorre que a verba é do governo do Estado, pela Sedop, da ordem de R$ 1,84 milhão, tocada pelo Município.

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Um ano e meio depois, a obra caminha a passos de tartaruga, como a reportagem conferiu em sobrevoo com drone. Por fora, o local ainda parece um espaço abandonado e, por dentro, embora seja possível perceber a presença de material da construção, fica bem claro que está bem longe de um final feliz para os desportistas.

Pronto, o ginásio da Av. 14 de Julho, seria hoje um importante equipamento de desenvolvimento das novas gerações de atletas da cidade, assim como espaço para eventos culturais da terra, como ocorre em municípios vizinhos. A sua demorada conclusão atesta não apenas a ineficiência da gestão com recurso que recebeu de outro ente, como a não priorização do esporte.

Espaço que deveria ser uma feira do produtor vive completo abandono

“É uma tristeza a gente ter de ressaltar e falar dessas obras inacabadas. O ginásio já tem anos que passa por pequenas reformas até chegar a esse convênio com o estado no ano passado, com quase um milhão e meio e mesmo assim eles não conseguem fazer a obra andar. Os nossos jovens têm padecido sem nenhum espaço coberto a não ser o da escola Irmã Teresa”, denuncia o vereador Evaldo Negão.

FEIRA SEM PRODUTOR

Bem ao lado do Ginásio figura um outro espaço público que se levado à frente seria uma enorme arma para o homem do campo de Itupiranga, município que possui vasta área rural: terreno que deveria abrigar uma “Feira do Produtor”. A ideia é de que o espaço pudesse centralizar a venda de produtos vindo das pequenas propriedades da região.

O abandono do local, com portão escancarado, mato por todos os lados e hoje servindo apenas à presença noturna de usuários de drogas e bandidos, segundo relatam vizinhos do local. É um trecho, aliás de grande movimento do comércio durante o dia. O abandono do local dá mostras do tipo de importância que o campo tem para a atual gestão.

O município com vocação rural deixa ao relento espaço que serviria ao homem do campo

Para quem não sabe, segundo o Censo agro, Itupiranga tem 3.318 propriedades rurais, sendo 2.054 delas de produtores individuais, destas 987 lavouras permanentes.

De forma permanente o campo produz: abacate, açaí, acerola, algodão arbóreo, ameixa, banana, cupuaçu, laranja, pimenta-do-reino, abacaxi, melancia, arroz, entre outros. De outro lado, bovinos, equinos, ovinos e suínos.

Itupiranga tem uma vasta área rural e segue precisando ampliar a relação com a área urbana da cidade. (Da Redação)