Correio de Carajás

Irmão de vítima da ditadura pede para atuar como assistente de acusação contra major Curió

Após o Ministério Público Federal denunciar o major Sebastião Curió por crimes cometidos na ditadura, o irmão de uma das vítimas pediu à Justiça de Marabá (PA) para atuar como assistente de acusação no processo.

Major Curió foi denunciado pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação dos cadáveres de Cilon da Cunha Brum e de Antônio Teodoro de Castro.

O blog procurou a defesa de Major Curió e aguardava resposta até a última atualização deste texto.

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Lino Brum Filho é irmão de Cilon da Cunha Brum, militante do PCdoB que usava o codinome Simão e foi preso, torturado e assassinado pelo major Curió, segundo o Ministério Público Federal. Ele argumenta que tem legitimidade para fazer parte do processo, já que Cilon era solteiro e não deixou filhos, bens ou testamento.

“Resta inequívoca a legitimidade do peticionário como sucessor da vítima para se habilitar como assistente da acusação nestes autos”, argumentou a advogada Rossana Brum Leques ao fazer o pedido.

Se for autorizado a atuar como assistente de acusação, Lino Brum Filho terá acesso ao processo, prazo para manifestação e poderá propor meios de prova dentro da ação.

O MPF afirma que o assassinato foi cometido por motivo torpe, com o emprego de tortura e sem chance de defesa das vítimas que, segundo a denúncia, “se encontravam debilitadas, rendidas e sob forte vigilância armada”.

Além disso, os procuradores afirmam que Sebastião Curió ocultou os cadáveres das vítimas, que permanecem desaparecidos até hoje.

(Matheus Leitão/ G1)