Correio de Carajás

Irmã e cunhada confirmam que feminicida do Pebas tinha perfil violento

“Eu já morei com eles um certo tempo, o perfil dele era violento. Batia muito nas crianças na época, nos filhos dela. Era de deixar até os filhos dela roxo”. O desabafo é de Mari Rocha, irmã de Maria Rosa Ferreira Rocha, assassinada na noite de segunda-feira (24), possivelmente pelo ex-companheiro Manoel da Conceição de Souza, no Bairro Cidade Jardim, em Parauapebas.

Em entrevista exclusiva ao Portal Correio, via aplicativo de celular, Mari Rocha, que mora em Godofredo Viana, no estado do Maranhão, revelou que soube da morte de sua irmã, Maria Rosa, apenas na manhã desta terça-feira (25), através dos vizinhos dela em Parauapebas.  “A minha preocupação era com os dois menores que ele até tentou matar. Hoje pela manhã, quando eu liguei, falei com a minha sobrinha, uma menina de 10 anos. Ela contou que o pai tentou matar todos eles também. Então, eu estou muito preocupada com relação a eles. A confusão do casal era por causa da guarda dos filhos”.

Mari contou que os pais de Rosa são falecidos, mas o desejo da família é levar o corpo para o Maranhão, para que o sepultamento possa ser feito perto dos familiares. No momento, o corpo de Rosa, permanece no IML (Instituto Médico Legal de Parauapebas), aguardando a definição para onde será levado.

Leia mais:

A Reportagem também ouviu, na manhã desta terça-feira, em Parauapebas, uma irmã de Manoel, que confirmou o perfil violento dele, reafirmando o que Mari Rocha havia dito: ele era bastante agressivo. Ela pediu para não ter seu nome revelado, mas contou que o casal morou junto durante sete anos, mas há sete meses estavam separados.

Maria Rosa, segundo a cunhada, chegou a registrar ocorrência na Delegacia contra o ex-companheiro, mas ele fugiu para o Maranhão para não ser preso. Mais recentemente, Manoel retornou a Parauapebas e voltou a trabalhar como pedreiro e as ameaças reiniciaram, mesmo sem morarem juntos. “Até que aconteceu essa tragédia horrível”, contou a irmã do suposto assassino.

Um parente da vítima, que mora em Parauapebas, mas prefere não se identificar, informou ao Correio que estão avaliando uma maneira de realizar o translado do corpo, já que um dos impedimentos que os parentes enfrentam é o custo com funerária, que eles não têm como pagar. 

O mesmo parente de Rosa disse também que os filhos mais velhos estariam com uma tia da vítima, que reside em Parauapebas, enquanto o terceiro filho está com uma irmã de Manoel. O caçula, que foi levado pelo pai depois do crime, estaria com outra parente do criminoso, que reside também no Bairro Cidade Jardim, onde o crime ocorreu.

A Polícia Civil informou que diligências foram realizadas para tentar prender o suspeito, que não foi localizado até o momento, garantindo que novas buscas serão efetuadas. (Theíza Cristhine)