Um tribunal no Irã condenou o aclamado diretor de cinema Mohammad Rasoulof a oito anos de prisão e flagelação por crimes de segurança nacional, disse seu advogado nesta quarta-feira (8).
Em um comunicado na plataforma social X, Babak Paknia disse que o tribunal considerou os filmes e documentários de Rasoulof como “exemplos de conluio com a intenção de cometer um crime contra a segurança do país.”
O tribunal também impôs uma multa não especificada e ordenou o confisco da propriedade de Rasoulof, acrescentou Paknia.
Leia mais:A CNN entrou em contato com as autoridades iranianas para buscar um posicionamento.
Rasoulof ganhou um Urso de Ouro de melhor filme no festival de Berlim em 2020 por “There Is No Evil” e seu filme “A Man of Integrity” foi reconhecido em Cannes em 2017. O último trabalho do roteirista-diretor, “A Semente do Figo Sagrado”, deve estrear no Festival de Cannes na França na próxima semana.
Antes do lançamento do filme, o diretor e sua equipe de produção enfrentaram pressão do governo iraniano, seu advogado alegou, escrevendo na semana passada no X que alguns atores foram interrogados e impedidos de deixar o país por funcionários. De acordo com Paknia, alguns também alegaram que foram solicitados pelas autoridades para dizer a Rasoulof para retirar o filme do festival.
Paknia também escreveu na semana passada no X que não estava claro se Rasoulof poderia viajar para Cannes para assistir à exibição de seu filme.
Em 2022, um tribunal iraniano condenou Rasoulof a um ano de prisão e o proibiu de fazer filmes por dois anos sob a acusação de “propaganda contra o sistema”, de acordo com a Human Rights Watch. As autoridades iranianas já o prenderam várias vezes e confiscaram seu passaporte por causa de seu trabalho, disse a HRW.
Em um comunicado, a Associação de Cineastas Independentes do Irã criticou a última sentença entregue ao diretor.
“Mais uma vez, o veredicto do judiciário contra Mohammad Rasoulof provou que a lei é apenas um playground para teimosia e vingança no sistema legal contaminado pela jurisprudência do governo”, disse.
“Cineastas independentes e amantes da liberdade condenam o julgamento inválido do judiciário contra Mohammad Rasoulof e apoiam ele e todos os artistas que zombam da censura do governo.”
(Fonte:CNN Brasil)