Correio de Carajás

Inquérito indiciando Julio Cesar por falsa comunicação de crime é enviado à Justiça Eleitoral

Quase um ano após ter concluído relatório indiciando Julio Cesar Araújo Oliveira e outras três pessoas por Falsa Comunicação de Crime – artigo 340 do Código Penal Brasileiro –, o delegado João Batista Amorim, da Delegacia de Homicídios Metropolitana, anexou o documento ao processo que corre na Justiça Eleitoral para investigar se houve o suposto atentado e se este foi orquestrado para que ocorresse o uso indevido dos meios de comunicação social.

Julio Cesar era candidato a prefeito de Parauapebas, nas últimas eleições, quando foi baleado na zona rural do município. Ele estava acompanhado de Cassio Marques Ferreira, Glayfsson Araújo de Sousa e Denise Sousa Costa, também indiciados pela Polícia Civil.

De acordo com o relatório, testemunhas afirmam terem ouvido conversas no sentido de “Bolsonarizar” Julio Cesar, em referência à facada recebida pelo presidente quando este era candidato, com o intuito de projetá-lo politicamente, além de haver versões contraditórias entre os envolvidos no evento e resultados dos laudos periciais que divergem do apresentado nos depoimentos.

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Em nota, os advogados de Julio Cesar, Geovane Veras Pessoa e Luiz Carlos da Silva Neto, afirmam que chegaram a fazer uma representação contra o delegado à Justiça do Pará, em 23 de janeiro deste ano, por prevaricar em não apresentar a cópia integral do inquérito como havia sido determinado. Eles também criticam o relatório da Polícia Civil.

“O referido inquérito possui graves vícios, incluindo conduta dolosa de peritos e agentes da Polícia Civil, que serão detalhados oportunamente na Justiça. A manipulação dos fatos do inquérito, como resta comprovada nos autos supracitados, fazem parte de uma orquestração ardilosa da Organização Criminosa que ocupa a cúpula do poder executivo em Parauapebas, chefiada pelo Sr. Darci José Lermen, com ramificações no poder legislativo do Município e do Estado, com participação em alguns órgãos, entre eles a Polícia Civil e o Centro de Perícias Criminais Renato Chaves”, afirmam os advogados. (Luciana Marschall)