Em meio à onda de violência na cidade de São Paulo, dois jovens influenciadores passaram a “caçar” assaltos para transmitirem ao vivo nas redes sociais. Eles ficam parados em calçadas, com celulares de última geração à mostra, esperando para serem roubados.
A dupla tem feito isso há três anos e foi assaltada uma vez.
Esse tipo de comportamento traz vários riscos como atrapalhar políticas de segurança na cidade, expor pessoas à situação de vulnerabilidade e até sofrer algum tipo de violência.
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Os jovens se conheceram por conta de um vídeo de humor que um deles fez e foi parar na página do Facebook da cidade onde mora, segundo contaram em entrevista ao Uol. Eles pediram para não serem identificados. Além dos vídeos dos assaltos, a dupla busca realizar outros desafios como dormir em lugares estranhos (no telhado ou na frente da casa da ex, por exemplo) e se passar por funcionário de lojas e restaurantes.
“Caçando” roubos, jovem levou dois dias para ser assaltado
O primeiro jovem a transmitir os assaltos tem 27 anos e começou nas ruas do seu bairro, Itaquaquecetuba, em São Paulo. Segundo ele, levou dois dias para ser assaltado pela primeira vez.
No primeiro dia, ele ficou de meia-noite às 2 horas na rua, mas não deu certo. No dia seguinte, um domingo, o assalto aconteceu. “O lugar era um pouco perigoso, então eu imaginava que podia rolar. Tem muitos usuários de drogas que roubam celular para vender”, disse ele em entrevista ao Uol. Depois disso, ele voltou às ruas com a sua dupla, de 25 anos, que passou a ser a cobaia. A dupla também mudou o horário da ação e agora fica nas ruas por volta das 22h.
Em oito transmissões, eles já alcançaram até 40 mil pessoas ao mesmo tempo. Para segurar o público, eles mantêm a live aberta até o assalto acontecer.
Jovens só filmaram o assalto uma vez
Além do primeiro assalto, que demorou dois dias para acontecer, a dupla não filmou qualquer outro crime. Eles contam que já tiveram que interromper a live quando não conseguiram filmar um assalto.“A gente avisa que está muito tranquilo e vai encerrar por isso, mas normalmente é bem movimentado, com muitas motos”, explica um deles.
Além disso, eles já encerraram por receberem ameaças de bandidos que assistem as lives ou por reclamações da polícia. A dupla afirma que entende os riscos e não se importa com o prejuízo material. O dinheiro é gerado pela audiência dos vídeos e dos patrocinadores do projeto, argumentam. “Bem material a gente compra outro. O maior perigo é alguém chegar e atirar, isso é o extremo”, explicam. “Esse é o único conteúdo muito perigoso que a gente faz. A gente tenta se prevenir e não gravar em lugares arriscados no resto da semana.”
(Fonte: OPOVO)