📅 Publicado em 12/11/2025 16h27
Um grupo de indígenas foi impedido de entrar na zona verde da COP30, no início da tarde desta quarta-feira (12), em Belém. Diante do episódio, o Ministério Público Federal (MPF), por meio da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Pará, abriu procedimento para cobrar reparação da organização do evento.
Logo após um grupo Munduruku tentar entrar no local, os portões foram fechados por cerca de 30 minutos, deixando do lado de fora indígenas, bebês e idosos sob sol forte.
A equipe de segurança informou ao MPF que o impedimento ocorreu porque os indígenas estavam com arcos e flechas. Sadi Machado, procurador regional dos Direitos do Cidadão, não concordou com a justificativa e ressaltou que o uso desses instrumentos é uma manifestação cultural que deve ser respeitada.
Leia mais:Os indígenas barrados são convidados do MPF para o seminário “COP das Águas: hidrovias e portos na Amazônia – desafios socioambientais e a atuação do MPF”, realizado durante a tarde no estande da instituição na Zona Verde, em conjunto com o Ministério Público do Trabalho (MPT).
Sadi também explicou que o MPF requisitou informações sobre a autoridade responsável pelo fechamento dos portões e destacou que a situação configura possível violação de direitos:
“Os portões da COP estão fechados sem nenhuma justificativa até o momento. O MPF está cobrando informações para entender por que há indígenas, crianças, idosos, palestrantes e pessoas em situação de vulnerabilidade às portas da COP esperando para entrar, sem que se identifique qual é a autoridade responsável por esse fechamento. A liberdade de ingresso nos pavilhões da COP deve ser garantida, sob pena de esse fechamento ser ilegal. Assim que tivermos mais informações, eu retorno”, disse o procurado em um vídeo divulgado pelo MPF.
A situação durou cerca de meia hora e foi resolvida após atuação do Ministério Público Federal, que interveio para garantir o acesso de todos, inclusive dos indígenas. Segundo Sadi o MPF articulou com as instituições responsáveis para assegurar a entrada pacífica do grupo e seguirá acompanhando o caso “para que todos os direitos fundamentais sejam respeitados ao longo da COP30”. (Com informações do MPF)

