Na segunda-feira (25), representantes do povo Awaeté convidaram o pai de um dos caçadores desaparecidos e também as mães dos outros dois para conversar sobre a situação do trio. Na ocasião, eles pediram ajuda aos indígenas para localizar os filhos. Praticamente toda a conversa, de 16 minutos, foi filmada. O objetivo da reunião foi entender toda a situação.
Uma das mães diz que nunca apoiou que o filho caçasse dentro da Reserva Indígena, mas está desesperada pelo desaparecimento do filho. “Eu estou pedindo ajuda pra achar ele com vida. Podem entregar pra polícia pra pagar pelo erro dele”, clamou.
Outra mãe, ainda mais desesperada, fez um apelo aos líderes da ladeia: “Eu queria salvar o meu filho porque é a cosia mais preciosa eu Deus me deu”.
Leia mais:O pai de um dos rapazes disse que o filho comentou que iria caçar, mas nem sabia que ele iria entrar na aldeia. Disse também que respeita a área dos indígenas, mas, também (obviamente), está disposto a tudo para encontrar seu filho.
Policial na aldeia
No momento em que os pais dos caçadores conversavam com os indígenas, o sargento J. Rodrigues, da Polícia Militar, chegou à aldeia e informou a todos que existe um Boletim de Ocorrência registrado na Delegacia de Polícia de Novo Repartimento por cárcere privado, pelo patrão de um dos desaparecidos.
“Eles cometeram um crime, invadiram a terra de vocês. Porém o que a gente quer que vocês entendam que mantendo eles em cárcere, vocês também estão cometendo um crime”, explicou o policial.
Diante dessa situação, os indígenas ponderaram que não saíram de suas terras e tampouco fizeram algo contra os caçadores.
(Chagas Filho)