Correio de Carajás

Indígenas cobram pedágio na BR

Motoristas que trafegam pela rodovia Transamazônica (BR-230), entre os municípios de Novo Repartimento e Pacajá, enfrentam dois problemas sérios nesta época do ano. O primeiro deles, já bem conhecido, são os atoleiros que historicamente compõem a paisagem da rodovia durante o período chuvoso nesta região; já o segundo problema – aliado ao primeiro – é igualmente preocupante: indígenas parakanã estão cobrando pedágio dos motoristas para passar pela reserva deles, que é cortada pela BR-230. Armados até de espingardas, eles exigem dinheiro para garantir o acesso pelo local. Nos últimos dias o Jornal Correio recebeu alguns vídeos em que viajantes são obrigados a dar dinheiro aos indígenas para poder seguir viagem.

Esta semana, uma equipe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi até a aldeia para verificar a denúncia de que os parakanã haviam interditado a rodovia, mas não constatou a cobrança de pedágio. Segundo o agente Franklin, da PRF, que esteve lá, o que aconteceu é que, na verdade, como a Transamazônica estava interditava devido ao atoleiro, foi feito um desvio passando bem dentro da área de reserva indígena, o que motivou o protesto dos parakanã.

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Segundo ele, um representante do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) também esteve na reunião e reportou a situação para a sede da autarquia, em Brasília, para tomada de providências. Além disso, uma força-tarefa desobstruiu dois pontos de atoleiro.

O representante do DNIT na reunião foi o engenheiro Jairo de Jesus Rabelo, chefe do DNIT em Marabá. Segundo ele, as obras de pavimentação da rodovia serão retomadas na área, mas não será em toda a extensão sem asfalto desta região. Ainda vão ficar cerca de 70 km sem asfalto, que é justamente na área da reserva indígena, trecho complicado onde se concentra a maior parte dos atoleiros.

“Nós temos 70 quilômetros, que é do Km 112, na Comunidade Divinópolis, até Novo Repartimento, onde nós entendemos que não será possível fazer os 70 quilômetros, então para o próximo ano ficará ainda um seguimento sem pavimentação”, reafirma.

Também ouvido pelo jornal, Reginaldo Bandeira Portela, chefe da Coordenação Técnica Local da Funai, sediada em Novo Repartimento, disse apenas que não tinha conhecimento da cobrança de pedágio por parte dos indígenas e também não falou sobre o porquê de a pavimentação nunca ter passado pela área da reserva indígena, observando que o DNIT é quem melhor poderia falar sobre o assunto.

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Enquanto não ficarem definidos os impactos ambientais advindos das obras de asfaltamento na área indígena, por meio de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e seu respectivo Relatório de Impacto Sobre o Meio Ambiente (RIMA), que vem se arrastando há anos, o asfalto dificilmente chegará àquele trecho da Rodovia Transamazônica.

(Chagas Filho)

 

 

Fotos: Divulgação

Motoristas que trafegam pela rodovia Transamazônica (BR-230), entre os municípios de Novo Repartimento e Pacajá, enfrentam dois problemas sérios nesta época do ano. O primeiro deles, já bem conhecido, são os atoleiros que historicamente compõem a paisagem da rodovia durante o período chuvoso nesta região; já o segundo problema – aliado ao primeiro – é igualmente preocupante: indígenas parakanã estão cobrando pedágio dos motoristas para passar pela reserva deles, que é cortada pela BR-230. Armados até de espingardas, eles exigem dinheiro para garantir o acesso pelo local. Nos últimos dias o Jornal Correio recebeu alguns vídeos em que viajantes são obrigados a dar dinheiro aos indígenas para poder seguir viagem.

Esta semana, uma equipe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi até a aldeia para verificar a denúncia de que os parakanã haviam interditado a rodovia, mas não constatou a cobrança de pedágio. Segundo o agente Franklin, da PRF, que esteve lá, o que aconteceu é que, na verdade, como a Transamazônica estava interditava devido ao atoleiro, foi feito um desvio passando bem dentro da área de reserva indígena, o que motivou o protesto dos parakanã.

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Segundo ele, um representante do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) também esteve na reunião e reportou a situação para a sede da autarquia, em Brasília, para tomada de providências. Além disso, uma força-tarefa desobstruiu dois pontos de atoleiro.

O representante do DNIT na reunião foi o engenheiro Jairo de Jesus Rabelo, chefe do DNIT em Marabá. Segundo ele, as obras de pavimentação da rodovia serão retomadas na área, mas não será em toda a extensão sem asfalto desta região. Ainda vão ficar cerca de 70 km sem asfalto, que é justamente na área da reserva indígena, trecho complicado onde se concentra a maior parte dos atoleiros.

“Nós temos 70 quilômetros, que é do Km 112, na Comunidade Divinópolis, até Novo Repartimento, onde nós entendemos que não será possível fazer os 70 quilômetros, então para o próximo ano ficará ainda um seguimento sem pavimentação”, reafirma.

Também ouvido pelo jornal, Reginaldo Bandeira Portela, chefe da Coordenação Técnica Local da Funai, sediada em Novo Repartimento, disse apenas que não tinha conhecimento da cobrança de pedágio por parte dos indígenas e também não falou sobre o porquê de a pavimentação nunca ter passado pela área da reserva indígena, observando que o DNIT é quem melhor poderia falar sobre o assunto.

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Enquanto não ficarem definidos os impactos ambientais advindos das obras de asfaltamento na área indígena, por meio de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e seu respectivo Relatório de Impacto Sobre o Meio Ambiente (RIMA), que vem se arrastando há anos, o asfalto dificilmente chegará àquele trecho da Rodovia Transamazônica.

(Chagas Filho)

 

 

Fotos: Divulgação