Em missão histórica nesta quarta-feira (23), a Índia se tornou o 1º país a pousar no lado escuro da Lua, região inexplorada que fica no polo sul do satélite.
“Conseguimos pouso suave na Lua, a Índia está na Lua”, disse Sreedhara Panicker Somanath, presidente da Indian Space Research Organisation (ISRO), uma espécie de “Nasa” indiana.
O módulo foi lançado em 14 de julho e pousou na superfície lunar por volta das 9h33 desta quarta, horário de Brasília.
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“Este é o momento para uma nova Índia em desenvolvimento”, comemorou Narendra Modi, primeiro-ministro do país.
🌑 Água na lua
A superfície lunar é um terreno traiçoeiro com grandes crateras e encostas íngremes, além de não receber luz solar, levando a temperaturas extremamente baixas, que chegam a -203°C, e tornando muito difícil operar os equipamentos de exploração. Dessa forma, um pouso suave significa que o módulo não foi destruído.
A Índia busca explorar a Lua – com a missão chamada Chandrayaan-3 – porque a primeira viagem espacial desse projeto, que ocorreu em 2008, detectou a presença de água na superfície lunar.
“Ainda precisamos de muito mais detalhes sobre onde e quanta água existe, e saber se toda ela está congelada“, explica Akash Sinha, professor de robótica espacial na Universidade Shiv Nadar University, perto de Delhi, à BBC.
A exploração da superfície das regiões polares da Lua, compostas de rochas e solo, também pode dar respostas sobre a formação do Sistema Solar.
Missões anteriores
O objetivo do país se tornou explorar a Lua com o menor custo possível. Isso porque a segunda missão, que ocorreu em 2019 e deu errado (o foguete explodiu no pouso), custou US$ 140 milhões, enquanto a desta manhã foi de um pouco mais de US$ 80 milhões. A primeira, em 2009, foi em torno de US$ 79 milhões.
O ex-presidente da Organização Indiana de Pesquisa Espacial K. Sivan disse que a viagem desta manhã será mais barata porque o módulo deve usar a atração gravitacional da Lua para levar a nave à órbita lunar.
Além disso, outro ponto que reduz o preço da operação, segundo a BBC, é que ao contrário da missão anterior, Chandrayaan-3 não inclui um novo orbitador — um satélite que fica em órbita. Esta missão contará com o orbitador da missão Chandrayaan-2 para fornecer todas as comunicações entre o módulo de pouso, o rover e a sala de controle.