A Índia bateu nesta quarta-feira (28) um novo recorde mundial de novos casos de Covid-19 e também ultrapassou as 200 mil mortes causadas pelo vírus.
Foi o 4º país a superar a marca, após Estados Unidos, Brasil e México.
Foram 3.293 óbitos nas últimas 24 horas, um novo recorde diário. Pelo 3º dia seguido a Índia foi a nação com mais vítimas da Covid-19 no mundo, à frente inclusive do Brasil, que nas últimas 24 horas registrou mais 3.120 mortes pela doença e ultrapassou o total de 395 mil óbitos.
Leia mais:Segundo país mais populoso do mundo, com mais de 1,3 bilhão de habitantes, a Índia também registrou 360.927 novos infectados, um novo recorde mundial casos confirmados em 24 horas.
Foi o 7º dia seguido com mais de 300 mil novos casos, o que fez o país registrar mais de 2,3 milhões de infectados na última semana e bater o recorde mundial de casos em 6 dos 7 dias.
A situação é crítica nos hospitais e crematórios do país, com falta de leitos, de remédios e de oxigênio para os doentes e funerais em massa para dar conta do volume de corpos.
Os crematórios trabalham sem pausa, do nascer do sol até depois da meia-noite.
Em alguns estabelecimentos, as chaminés estão rachando, as estruturas de metal das fornalhas estão derretendo e a lenha acabou, por isso as famílias precisam fornecer o próprio combustível.
Variante indiana
A variante suspeita de ser a responsável pela segunda onda de casos na Índia, que mergulhou o país em uma grande crise sanitária, já foi detectada em pelo menos 17 países, anunciou na terça-feira (27) a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Ela foi detectada em mais de 1,2 mil sequências de genoma em pelo menos 17 países, como Reino Unido, Estados Unidos e Singapura. Bélgica, Suíça, Grécia e Itália também anunciaram ter registrado a nova cepa nos últimos dias.
A variante indiana B.1.617 ainda provoca muitas perguntas. A OMS diz não saber se o maior índice de mortes no país se deve ao fato de a cepa ser mais agressiva, à situação do sistema de saúde indiano, com a explosão no número de casos, ou a ambos.
Segundo a organização, o recrudescimento da pandemia na Índia também pode ser devido a “outros comportamentos”, como o não cumprimento de restrições sanitárias e o elevado número de aglomerações.
“A B.1.617 tem uma taxa de crescimento mais elevada do que outras variantes que circulam na Índia, sugerindo que é mais contagiosa”, afirmou a OMS.
A OMS classificou recentemente a cepa indiana como uma “variante de interesse”, não como “preocupante”. Se fosse classificada como “preocupante”, significaria que ela é mais perigosa (mais contagiosa, mais letal e capaz de resistir a vacinas).
As variantes “preocupantes” (VOCs) são a brasileira, a britânica e a sul-africana.
Suspensão de voos
Para evitar a sua propagação, vários países suspenderam ou limitaram as conexões aéreas com a Índia, como Austrália, Canadá, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Nova Zelândia.
A Bélgica anunciou o fechamento de suas fronteiras com a Índia e também com Brasil e África do Sul, países que registraram as variantes “preocupantes”.
A Espanha ampliou a quarentena obrigatória, que já está em vigor para passageiros procedentes do Brasil, às pessoas que chegam da Índia.
A presença do vírus preocupa a Europa, no momento em que vários países começam a flexibilizar as medidas de restrição. A Holanda suspende nesta quarta-feira (28) o seu toque de recolher.
Ajuda internacional
Diante do colapso sanitário no país, a comunidade internacional se mobilizou para ajudar a Índia.
O primeiro carregamento de ajuda médica, com 100 respiradores e 95 concentradores de oxigênio enviados pelo Reino Unido, chegou na terça-feira (27) a Nova Délhi.
Estados Unidos, França, Alemanha, Canadá e outros países também anunciaram ajuda.
(Fonte:G1)