Na próxima segunda-feira, dia 10 de julho, a Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) vai completar dois meses sem sinal de internet e, por tabela, sem os seus sistemas operando. A situação toma enorme gravidade, com acúmulo de processos, novos feitos que não estão sendo iniciados e grande prejuízo ao trabalho do importante órgão. A SR-27, aliás, está de portas fechadas, no complexo Cidade Nova, e colocou seus servidores em home office por tempo indeterminado.
Num “comunicado” lançado em redes sociais e sem data, a superintendência atribui o problema a uma “troca de provedor e atualização da rede de internet”. Também avisa que o atendimento presencial está suspenso, ficando apenas com os serviços digitais via site oficial do órgão nacional. Não há previsão de retorno.
O problema seria em todo o país, envolvendo a estrutura do Incra. A situação afeta a emissão de documentos de terra, a liberação de DAP para produtores rurais e o apoio às áreas quilombolas, além de prejudicar parcerias com prefeituras para ações nas zonas rurais, como assistência técnica e obras de infraestrutura.
Leia mais:O último contrato com a empresa Claro S/A encerrou sua vigência em 8 de maio de 2023, sem possibilidade de prorrogação. Diante dos constantes registros das superintendências sobre a baixa capacidade do link de internet atual e os problemas decorrentes, decidiu-se por uma nova contratação visando melhorar o cenário e as condições de operacionalização das unidades institucionais.
Para a implantação do novo serviço de internet, baseado em link dedicado de banda larga, é necessário preparar as instalações, passar cabos de fibra óptica, enviar, receber e configurar equipamentos na rede corporativa, além de solicitar autorizações locais tanto nos prédios das unidades quanto nas prefeituras de cada cidade. Trata-se de um serviço complexo que demanda ações conjuntas e articuladas para sua ativação.
A situação atual não interfere no expediente do Incra Sede, em Brasília, pois o serviço de internet é fornecido por outra empresa, com contrato vigente. Portanto, a Sede não tem interrupção nas atividades e os sistemas corporativos funcionarão normalmente. A área de tecnologia está à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas.
Repercussão
A demora na resolução do problema tem gerado críticas quanto à gestão do Incra, que teve cinco meses para evitar a interrupção dos serviços, mas não conseguiu solucionar a questão a tempo. Enquanto isso, servidores, produtores rurais e comunidades quilombolas enfrentam dificuldades e atrasos em suas demandas.
A interrupção dos serviços de internet nas unidades do Instituto evidencia a necessidade de uma melhor gestão e planejamento por parte do órgão. Os impactos negativos dessa situação afetam diretamente os servidores, produtores rurais, comunidades quilombolas e parcerias com prefeituras em ações nas zonas rurais, como assistência técnica e obras de infraestrutura.
Vice-presidente da Associação de Criadores do Pará (Acripará), o produtor Maurício Fraga lamenta e vê como absurda a situação pela qual passa atualmente o Incra. “Nós precisamos do Incra funcionando, atendendo a sua demanda, emitindo títulos. Não tem o menor sentido um órgão inteiro como este parar. Eu nunca ouvi falar de algo assim”, comenta ele. (Da Redação)