Correio de Carajás

Incêndio escancara o caos da saúde pública em Marabá

Caos HMM - Após incêndio, o caos se instaurou nos corredores do Hospital Municipal de Marabá nesta quinta-feira / Foto: Evangelista Rocha

O incêndio no gerador do Hospital Municipal de Marabá na tarde desta quinta-feira, 28, não foi tão grande, mas suas consequências foram enormes e escancaram como é frágil o sistema de saúde oferecido pela Prefeitura de Marabá, que conta com apenas um hospital para atender a comunidade.

Sem energia durante a tarde de caos, alguns pacientes foram transferidos para o Hgumba (Hospital Militar), enquanto outros foram levados para um corredor externo, e os acompanhantes se revezavam abanando os pacientes como podiam. Enquanto isso, os funcionários do Hospital Municipal se desdobravam e se esgotavam para atender tanto pedido de socorro.

Os pacientes em estado grave foram evacuados. Para dar apoio à instituição, a equipe do hospital acionou outras unidades de saúde da cidade, como o Hospital Materno Infantil (HMI), o Hospital de Guarnição de Marabá (HGUMBA) e o Hospital Regional, além do Corpo de Bombeiros.

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De acordo com informações de Luís Sérgio Matos, diretor geral do HMM, em torno de dez ambulâncias foram disponibilizadas para o transporte dos pacientes.

Aqueles classificados como casos leves tiveram seus atendimentos realizados nos corredores, que ficam do lado de fora do prédio, desencadeando um clima de caos no ambiente, o que não é nada benéfico para quem está internado. Assolados pelo calor de 35 graus, os pacientes foram abanados por seus acompanhantes, em uma tentativa de amenizar a situação insalubre.

Para que a evacuação do hospital acontecesse, dois fatores colaboraram: a falta de energia elétrica (que só foi reestabelecida por volta de 17h20) e a densa fumaça decorrente do incêndio. A equipe do hospital informou que ninguém teve seu quadro de saúde agravado em consequência do ocorrido.

Monica Boechat, secretária adjunta de saúde, informou que os residentes da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e da Unidade de Cuidados Especiais (UCE) foram os primeiros a ser transferidos, um total de seis pessoas. O diretor do HMM também revelou que no HMI, quatro leitos foram disponibilizados para os pacientes e o HGUMBA, por sua vez, ofertou oito, quantidade suficiente para suprir a demanda urgente.

Nas redes sociais, a crítica à gestão municipal se espalhou na tarde desta quinta-feira, com muitos internautas cobrando outro hospital municipal e uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), o que já foi negado veementemente em várias ocasiões pelo prefeito Tião Miranda. (Luciana Araújo)