Correio de Carajás

Implantação de medicina na Unifesspa está avaliada em R$ 17 milhões

Previsão é de que representantes do MEC venham à Marabá em setembro para analisar a estrutura da universidade e da cidade

Audiência pública reuniu centenas de pessoas para discutir 3º curso de medicina em Marabá/ Fotos: Evangelista Rocha

Na manhã desta sexta-feira, 18, a Câmara Municipal de Marabá foi palco de uma audiência pública sobre a expansão do ensino superior na região sul e sudeste do Pará. Dentre os temas, o de maior relevância é a criação do curso de medicina na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) e a implantação de um Hospital Universitário.

A estimativa, segundo o reitor Francisco Ribeiro, é que a implantação do curso vá custar aos cofres públicos R$ 17 milhões. Para o Hospital Universitário esse valor é 12 vezes maior, avaliado em R$ 200 milhões.

Sendo uma das pautas levantadas na audiência, o reitor Francisco Ribeiro conta que o projeto do Hospital Universitário – que está sendo desenvolvido paralelamente à implantação do curso – é ousado e ambicioso. “É algo em torno de R$ 200 milhões para a construção e início do funcionamento. Mas, depende de uma decisão política do Governo Federal”.

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Para o CORREIO, ele adiantou que a pretensão é que a casa de saúde seja construída próxima à Unidade 3.

Questionado se o curso de medicina vai acontecer independente da implantação do hospital universitário, o reitor conta que essa é a vontade de todos. Além disso, Francisco Ribeiro ressalta que o grande desafio da Unifesspa é que pessoas da região possam ocupar as vagas que serão ofertadas.

“Em muitos cursos de medicina o que acontece é uma elitização. O cara de fora vem estudar aqui. Eles se preparam em cursinho e vêm disputar vaga com os que são daqui. Qualquer um pode pleitear a vaga, mas se o objetivo do curso é melhorar a relação médico x população, então que esses médicos sejam da região”.

O reitor aponta que o trâmite para trazer o curso de medicina para a região é antigo. Em 2014, a Unifesspa assinou um protocolo com o Ministério da Educação (MEC), contudo, por conta do não cumprimento do acordo ao longo dos anos, o Conselho Superior da Universidade decidiu, em 2018, suspender a implantação do curso.

“O MEC nos provocou novamente questionando se tínhamos a intenção de continuar a implantação do curso. Falamos que sim, mas que precisávamos da liberação das vagas remanescentes que tinham sido acordadas lá atrás e do financiamento da infraestrutura, que gira em torno de R$ 17 milhões para a construção do prédio e compra de equipamentos. Então, esse é o nosso primeiro desafio, a instalação do curso”, explica o reitor.

Ao CORREIO, Francisco Ribeiro explica que uma vez instalado o curso passará por um processo de avaliação da infraestrutura. Uma nova visita do MEC está agendada para o mês de setembro, oportunidade onde será feita a reavaliação do espaço. O reitor ressalta que todos estão esperançosos para que os acordos que foram pactuados no passado sejam cumpridos para que o curso seja implantado.

Ministério da Saúde

Durante sua fala, o superintendente regional do Ministério da Saúde, Delcimar de Sousa Viana, reconhece que a implantação do curso de medicina para a região de Carajás é de grande relevância, não somente para Marabá. Atualmente, o município já possui duas instituições de ensino, uma estadual e uma particular, que ofertam o curso.

Delcimar Sousa, do MEC, reconhece que a implantação do curso será benéfica para a região

Questionado se pode haver um impacto negativo por ter mais uma instituição disponibilizando medicina, ele afirma que não. “Pela nossa avaliação, Marabá exige alguns itens importantes para fazer a instalação deste curso. Estamos levando em conta o vazio existencial da saúde na região de Carajás. A gente vê uma questão social e o papel que uma universidade federal tem na sociedade. Enxergamos essa ampliação dentro dessa oportunização que está sendo feita nesse momento”, conclui.

Rondon do Pará

Durante a audiência pública, a prefeita do município de Rondon do Pará, Adriana Andrade de Oliveira, destacou que a chegada da Unifesspa na cidade mudou completamente o capital cultural da localidade.

Prefeita Adriana Andrade pontua que a implantação do Campus Rondon mudou a cara do município

Com um papel extremamente importante na qualificação e transformação de vidas, a instituição oportuniza que alunos de Rondon e de outras regiões possam se formar e atingir seu objetivo de profissionalização.

“Tem sido um ganho muito grande, e entendemos que uma das nossas prioridades é avançar ainda mais com as ofertas de cursos para o município. A universidade cata os problemas, estuda e devolve soluções para a população”, fala a prefeita.

Ela ressalta que Rondon do Pará possui atividades econômicas voltadas para a agricultura, pecuária e minério, portanto, os cursos ofertados no município irão garantir a eficiência dessas atividades. (Luciana Araújo e Ana Mangas)