A Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), no Campus I, localizado na Folha 28, na Nova Marabá, sediou nesta quinta-feira (23) a 1ª Conferência Livre de Meio Ambiente. O evento reuniu acadêmicos, professores, representantes da sociedade civil organizada e órgãos governamentais para debater as mudanças climáticas, levantar propostas coletivas e eleger um delegado e um suplente que representarão o município na 5ª Conferência Nacional de Meio Ambiente, em Brasília.
A iniciativa surgiu da necessidade de discutir a temática no contexto local. Em entrevista ao CORREIO, Lívio Claudino, professor de Agronomia e um dos organizadores, destacou a urgência em abordar as questões climáticas e garantir a presença de representantes do município no evento nacional. Segundo ele, cerca de 300 delegados serão eleitos em todo o país para participar da conferência, marcada para os dias 6 a 9 de maio de 2025.
Claudino também ressaltou os impactos climáticos sentidos na região, especialmente nos rios. “Os efeitos na nossa região são graves e evidentes. Nossa área foi muito devastada, e isso tende a agravar os problemas climáticos”, afirma.
Leia mais:INTERESSE SOCIAL
O evento contou com aproximadamente 250 participantes, entre estudantes e a sociedade local, refletindo o interesse da comunidade no tema. Dária Oliveira, integrante do Núcleo de Estudos de Educação Ambiental da Unifesspa e responsável pela organização, se mostrou surpresa com a adesão do público. “A quantidade de inscritos revela o interesse em compreender a questão climática e encontrar soluções coletivas. Nosso objetivo é mobilizar a sociedade para debater, especialmente neste momento em que se aproxima a COP-30”, comenta a pesquisadora.
Motivado pela abordagem do tema, em uma disciplina do curso de Ciências Contábeis, Samuel Lira teve interesse pelo tema. Ele revela que agora, visualiza questões no meio onde vive. “Aprendi sobre a produção de cerâmica, que contribui para a emissão de fumaça e o excesso de calor. Voltarei para a sala de aula com novos conhecimentos”, declara.
Outro destaque foi a presença da instituição municipal Linha Verde, representada por Hellen Machado, que relatou os desafios enfrentados pela região, como queimadas, lixo acumulado, poluição do ar e extração irregular. Segundo ela, essas questões estão diretamente ligadas às mudanças climáticas. “A prevenção precisa ser diária e começar dentro de casa, com pequenas ações”, enfatiza.
O debate abordou, além dos impactos ambientais, formas de aproveitar resíduos descartáveis de maneira economicamente viável, além de gerar uma reflexão acerca do tema.
(Milla Andrade)