Correio de Carajás

Idosa de 81 anos conclui doutorado após três décadas de estudo

Dalzira Maria Aparecida se formou no EJA aos 47 anos de idade e se tornou doutora aos 81 pela UFPR. Confira tudo sobre a trajetória de estudos da idosa

Mineira de 81 anos conclui doutorado em Educação no Paraná(foto: Arquivo pessoal/Dalzira Maria Aparecida)

Há muitas mulheres na história que servem de inspiração pela sua força, perseverança e superação, e a trajetória de Dalzira Maria Aparecida não deixa a desejar neste quesito, pois a idosa conseguiu concluir o doutorado em Educação aos 81 anos de idade.

Nascida em uma família com 9 irmãos em Guaxupé, sul de Minas Gerais, Dalzira se formou no ensino médio aos 47 anos e só entrou para uma graduação aos 63. Crescida em uma casa onde o machismo predominava, a idosa passou a infância sem ir à escola.

Como foi a relação com os estudos para Dalzira; confira

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Conhecida em Curitiba por sua ávida luta no movimento negro em prol das mulheres, Dalzira já passou por muitas adversidades até conquistar o sonhado diploma.

A mãe de santo só foi alfabetizada aos 13 anos. Dalzira conta que o pai não a deixava ir à escola, e que essa tarefa só era permitida ser feita pelos irmãos homens.

Apesar de tudo, a idosa não desistiu, tentou voltar aos estudos com 18 anos mas não conseguiu. Voltou aos 30 e parou por um tempo, até que aos 47 anos de idade concluiu o ensino médio pelo EJA (Educação de Jovens e Adultos).

Carreira acadêmica foi incentivada pela filha

O encorajamento para entrar em uma universidade veio de dentro de casa. Dalzira disse que a ideia inicial foi da filha e que no primeiro momento hesitou por medo de não conseguir acompanhar a rotina que a graduação exige.

Aos 63 anos de idade, ela fez o vestibular e conseguiu uma vaga no Centro Universitário Autônomo do Brasil. Motivada, Dalzira concluiu o mestrado em Tecnologia pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná aos 74 anos e, aos 81 anos, mesmo com o diagnóstico de glaucoma, conseguiu se tornar doutora pela Universidade Federal do Paraná.

Para a idosa, a vontade da mãe foi cumprida, e o desejo dela própria é que a sua história chegue a todas as mulheres, levando a mensagem de que a educação é o caminho.

(Fonte: O POVO)