Correio de Carajás

Ideflor-Bio e Museu Goeldi discutem implantação de laboratórios de pesquisa no Parque Serra das Andorinhas

Pesquisadores do Museu Paraense Emílio Goeldi, uma das mais importantes instituições científicas do planeta, visitaram a unidade de conservação em São Geraldo do Araguaia

A visita iniciou o processo de instalação dos laboratórios do Projeto Salas / Foto: Fernanda Freitas (Ideflor-Bio)
✏️ Atualizado em 23/09/2025 16h27

O Parque Estadual da Serra dos Martírios/Andorinhas, em São Geraldo do Araguaia, no sudeste paraense, recebeu a visita de pesquisadores do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). A presença dos especialistas Alberto Akama, referência em diversidade da fauna amazônica, e Dario Amaral, da Coordenação de Botânica, marcou o início das tratativas para a instalação do Projeto Salas em Unidades de Conservação na região.

A iniciativa, desenvolvida em parceria entre o MPEG e o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), prevê a criação de laboratórios de pesquisa em áreas restritas de Unidades de Conservação no Pará. O objetivo é aproximar a ciência dos ecossistemas, facilitando a coleta de dados essenciais para a conservação da biodiversidade e o avanço de pesquisas em áreas como arqueologia, antropologia e etnologia.

Durante a visita, os pesquisadores estiveram na sede da Gerência da Região Administrativa do Araguaia (GRA) do Ideflor-Bio, em São Geraldo, onde foram recepcionados pela gerente Laís Mercedes e pelo vereador Douglas Costa. No encontro foi alinhada a proposta que deve transformar o Parque em um polo de conhecimento científico e intercâmbio acadêmico, atraindo estudiosos de vários países.

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Estrutura adequada – “Viemos até o Parque para dar início à instalação dos laboratórios do Projeto Salas. Nossa intenção é que esse espaço se torne referência para pesquisadores de diversas áreas, considerando a riqueza ambiental e arqueológica da região, que é um dos maiores sítios arqueológicos do planeta. Esse é um passo importante para estreitar laços entre instituições de pesquisa e ampliar o conhecimento sobre a Amazônia e o Cerrado”, destacou Alberto Akama.

O pesquisador Dario Amaral reforçou a relevância da iniciativa. “Agora, poderemos mostrar a pesquisa acontecendo dentro das unidades de conservação estaduais. O Parque foi escolhido não apenas pela qualidade de sua infraestrutura, mas pelo trabalho que já vem sendo realizado em conjunto com o Ideflor-Bio. Esse é só o primeiro passo de muitos que virão”, afirmou.

Os pesquisadores conheceram a Gerência da Região Administrativa do Araguaia do Ideflor-Bio
Os pesquisadores conheceram a Gerência da Região Administrativa do Araguaia do Ideflor-Bio/ Foto: Fernanda Freitas (Ideflor-Bio)

Avanços na pesquisa – A expectativa é que, com a instalação dos laboratórios, a região passe a receber fluxos contínuos de pesquisadores e estudantes, criando um ambiente fértil para descobertas científicas e o fortalecimento das estratégias de preservação. O Projeto também deverá incentivar ações de educação ambiental e contribuir para o desenvolvimento sustentável do território.

Para o Ideflor-Bio, a chegada do Projeto Salas representa um fortalecimento das ações de conservação e valorização do patrimônio ambiental e cultural. “O Parque Estadual da Serra dos Martírios/Andorinhas reúne belezas naturais, sítios arqueológicos de relevância internacional e comunidades que se relacionam historicamente com esse território. Ter os pesquisadores do Museu Goeldi instalando aqui um laboratório é motivo de orgulho, e também uma oportunidade de ampliar a proteção desse patrimônio”, enfatizou Laís Mercedes.

A gerente acredita que, com esses investimentos, o Parque se consolida como um espaço de referência não apenas para o turismo e a conservação, mas também para a produção de conhecimento científico. “A parceria entre o MPEG e o Ideflor-Bio reforça a ideia de que proteger a Amazônia e o Cerrado passa, necessariamente, por investir em ciência e integração entre instituições, comunidades e governos”, concluiu Laís Mercedes.