O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), divulgou, na última sexta-feira (16), o Índice de Desenvolvimento da Educação Brasileira (Inep) de 2021, o principal indicador da qualidade da educação no País.
Os dados indicaram pouca variação em relação aos de 2019; no entanto, estão distorcidos, de forma não intencional, por terem sido colhidos no contexto da pandemia da covid-19. A constatação foi feita pelo próprio Inep e pelo movimento Todos pela Educação.
O Ideb reúne os resultados de dois conceitos: o indicador de rendimento escolar (calculado pelas taxas de aprovação dos estudantes em determinado ano), e as médias de desempenho dos alunos nas avaliações do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
Leia mais:Em Marabá, nos anos iniciais do ensino fundamental, logo na etapa que as crianças enfrentaram dificuldades no processo de alfabetização à distância, o Ideb geral foi de 5,0 – o que é considerada uma mudança discreta em relação aos 5,1 de antes da pandemia, em 2019.
Já nos anos finais do ensino fundamental, a variação saiu de 4,3 para 4,4 – com um leve crescimento. Os dados evidenciam, razoavelmente, o que aconteceu com o desempenho dos alunos no período.
A média de Marabá, nos dois seguimentos, são menores do que a de Parauapebas, município com mesmo porte e que investiu mais recursos financeiros nas aulas durante a pandemia. Lá, nos anos iniciais, o IDEB ficou em 5,4, e nos anos finais a nota foi 4,9.
NOTAS DAS ESCOLAS DE MARABÁ
Nos anos finais, pelo segundo IDEB consecutivo, a Escola Pedro Cavalcante, na Folha 12, é a grande destaque, com nota bem à frente das demais unidades da rede municipal de ensino. A nota alcançada foi 6,2, contra 6,5 do IDEB de 2020.
Mesmo assim, ficou à frente da Ida Valmont, que ficou com 6,0. Aliás, as duas foram as únicas escolas que alcançaram a casa dos 6,0. As demais ficaram abaixo disso.
O ranking montado pelo Correio de Carajás a partir dos dados do INEP mostra a Escola Cristo Rei ficou em terceiro, com 5,8; a Francisco Souza Ramos com 5,6; a Elinda Simplício Costa com 5,4; e depois disso, outras cinco escolas receberam 5,3: Francisca de Oliveira Lima, Ana Creuza da Silva, Jônathas Pontes Athias; Mário Antônio Alves da Silva; e João Anastácio de Queiroz.
Nos anos finais, a maior nota foi para a Escola Anísio Teixeira, no núcleo Cidade Nova, com 5,4. Depois, aparecem Duque de Caxias, com 5,2; CMRio, com 5,1; Cisne Branco, com 4,9; Julieta Gomes Leitão e São Félix, com 4,8; Cristo Rei e João Anastácio de Queiroz com 4,7; Judith Gomes Leitão, Jônathas Pontes Athias; Escola Família Agrícola; e Geraldo Mendes de Castro Veloso com 4,6; e fechando O Pequeno Príncipe, com 4,5.
É preciso esclarecer que, apesar de os números das escolas tenha diminuído nas séries iniciais e com um discreto crescimento nas séries finais, a boa notícia é que boa parte das escolas está com notas mais altas, na média de 5 ou 4 ou 3.
Nas séries iniciais, a escola com menor nota foi a Pedro Marinho de Oliveira, na zona rural, com 3,5. Nenhuma abaixo de 2,0.
Historicamente, o IDEB das escolas dos anos finais sempre tem sido mais baixo. Essa característica se repete na média do Estado e também do Brasil. A Escola Adão Machado da Silva, no Polo do Rio Preto, foi avaliada com média 2,8, a menor da rede municipal neste segmento.
AVALIAÇÃO
A participação dos estudantes foi impactada, assim como as taxas de aprovação – já que muitas escolas implementaram uma política de aprovação de todos os estudantes na pandemia, o que deve aumentar a nota de muitas, sem necessariamente significar melhora no ensino.
Para quais análises o Ideb 2021 será útil?
O Todos Pela Educação acredita que os dados do Saeb e do Ideb 2021 que serão divulgados pelo Inep serão particularmente úteis para:
- Dar uma dimensão dos efeitos da pandemia sobre a aprendizagem dos estudantes brasileiros a nível nacional, especialmente nas etapas onde a taxa de participação for mais elevada, permitindo comparações no tempo (ainda que com a cautela de se considerar o contexto atípico de aplicação das provas).
- Ser observados e utilizados dentro de cada rede de ensino e cada escola, que conhecem suas realidades e podem melhor contextualizar cada informação, para nortear suas ações de recomposição de aprendizagem, com base nos novos currículos adaptados à luz da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
O que é Ideb? E Saeb?
O Ideb é um indicador de qualidade do ensino fundamental e médio. Em uma escala de 1 a 10, ele cruza duas informações:
Taxa de aprovação/fluxo escolar (a porcentagem de alunos que não repetiram de ano em uma escola ou rede de ensino);
Notas do Saeb, uma prova de português e de matemática feita por alunos do 2º, 5º e 9º ano do ensino fundamental e por estudantes do 3º do ensino médio. No caso do 9º ano, para uma amostra específica, houve também questões de ciências da natureza e ciências humanas.
O índice é divulgado a cada dois anos, em várias escalas: nacional (em cada etapa escolar), por rede (dos municípios e dos estados) e por escola. (Ana Mangas)
Ranking das 10 melhores escolas de Marabá no IDEB (anos iniciais)
COLOCAÇÃO | ESCOLA | IDEB 2021 |
1º | Pedro Cavalcante | 6,2 |
2º | Ida Valmont | 6,0 |
3º | Cristo Rei | 5,8 |
4º | Francisco Souza Ramos | 5,6 |
5º | Elinda Simplício Costa | 5,4 |
6º | Francisca de Oliveira Lima | 5,3 |
6º | Ana Creuza da Silva | 5,3 |
6º | Jônathas Pontes Athias | 5,3 |
6º | Mário Antônio Alves da Silva | 5,3 |
6º | João Anastácio de Queiroz | 5,3 |
Ranking das 13 melhores escolas de Marabá no IDEB (anos finais)
COLOCAÇÃO | ESCOLA | IDEB 2021 |
1º | Anísio Teixeira | 5,4 |
2º | Duque de Caxias | 5,2 |
3º | CMRio | 5,1 |
4º | Cisne Branco | 4,9 |
5º | Julieta Gomes Leitão | 4,8 |
6º | São Félix | 4,8 |
7º | Cristo Rei | 4,7 |
8º | João Anastácio de Queiroz | 4,7 |
9º | Judith Gomes Leitão
Jônathas Pontes Athias Escola Família Agrícola Geraldo Mendes de Castro Veloso |
4,6
|
10º | O Pequeno Príncipe | 4,5 |