Correio de Carajás

Ianajara entrou na PM para melhorar a qualidade de vida

Trabalhando no setor administrativo de uma escola no município de Soure, na Ilha do Marajó, Ianajara Reis de Oliveira buscava uma melhor qualidade de vida para seu filho (e pra ela também). Na época, o filho estava com oito anos, ela decidiu realizar o concurso público da Polícia Militar.

Com muita dificuldade e dinheiro contado, Ianajara fez sua inscrição e realizou as etapas do processo em Marabá. “Eu ainda estava trabalhando na escola e guardei dinheiro para poder pagar a passagem e vir pra cá”.

Sobre as etapas de aptidão física para ingressar na Polícia Militar, a cabo explica que não teve dificuldades. Nos quatro exercícios, corrida, flexão, abdominal e barra fixa ela se saiu bem.

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Há 13 anos como militar, Ianajara se prepara em breve para uma promoção. “Se Deus quiser em setembro vou virar sargento”, comemora, afirmando que pretende continuar na 1ª CIME.

Questionada sobre as dificuldades em ser mulher em um ambiente comumente conhecido por conter mais homens, Ianajara afirma que em todo segmento da sociedade existe preconceito, mas tenta não absorver o que é dito ou visto. “Tenho um ditado que é ‘abstrai e finge demência’. Então, entra por um ouvido e sai pelo outro. Basta a gente mostrar lá na frente que você é capaz”.

Ianajara resolveu ingressar na PM para melhorar a qualidade de vida dela e do filho

Falando em capacidade, o futuro de Ianajara está sendo lapidado. Como na época que prestou o concurso público não sabia a diferença entre oficial e praça, ela sabe que precisa realizar outras ações. “Eu vou a sargento em setembro, se Deus quiser, e com dois anos, como possuo nível superior, posso prestar o concurso interno para oficial”.

Lidando com as diferentes formas de seu empoderamento, a cabo sabe da sua força feminina nos diferentes âmbitos da sociedade.

“Em casa existe uma admiração dos meus sobrinhos, do meu filho, por trabalhar fora e cuidar da casa. Com a farda vem o reconhecimento das pessoas que se inspiram na gente. Pessoas que estão buscando e almejando entrar na polícia ou em qualquer força armada e nos parabenizam. Isso é muito gratificante”. (Ana Mangas e Ulisses Pompeu)