Camila Pereira da Silva, moradora do município de Canaã dos Carajás, acompanha há 73 dias a filha prematura, Helena, que recebe cuidados especializados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital Regional do Sudeste do Pará Dr. Geraldo Veloso (HRSP), em Marabá. Nesta segunda-feira (18), Camila participou da programação alusiva à campanha Novembro Roxo, que debate aspectos da prematuridade.
“Tem sido um grande desafio desde o nascimento da Helena. Mas aqui no Hospital recebemos todo o suporte necessário, tanto para a saúde dela quanto para o nosso emocional. Participar dessas atividades é muito especial, pois me sinto acolhida e percebo que não estou sozinha nessa jornada”, disse Camila.
A unidade do Governo do Pará promoveu palestras educativas sobre desafios e cuidados essenciais com recém-nascidos prematuros. As atividades também incluíram dinâmicas interativas, voltadas ao fortalecimento do vínculo entre mães e profissionais da unidade. O objetivo foi reforçar a importância do acompanhamento médico especializado e do apoio emocional durante o período de internação.
Leia mais:A enfermeira neonatal Kaylenn Nascimento, que atua no HRPS e foi palestrante na ação, destacou a relevância de orientar as mães sobre os cuidados diários com os bebês prematuros. “Nosso foco é fornecer orientação sobre como cuidar dos bebês, desde os aspectos médicos até os cuidados emocionais. Essas atividades visam fortalecer o vínculo entre mães e filhos, oferecendo apoio prático e emocional para que possam lidar com os desafios da internação de forma mais tranquila e confiante”, explicou a profissional.
Estatística – O Dia Mundial da Prematuridade é lembrado anualmente em 17 de Novembro. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é um dos países com maior número de nascimentos prematuros. Aproximadamente 12% dos nascimentos no País são de prematuros, totalizando cerca de 340 mil bebês prematuros por ano, o equivalente a seis prematuros a cada 10 minutos.
A médica pediátrica Daiane Oliveira, diretora Técnica do Hospital, explicou que a gestação normal dura até 41 semanas e seis dias. Quando o parto ocorre antes de 37 semanas, o bebê é considerado prematuro. As principais causas da prematuridade, segundo a pediatra, são hipertensão materna, diabetes gestacional e outras condições, como pré-eclâmpsia.
“A prevenção é essencial para a gestação saudável. Realizar o pré-natal corretamente, seguir as orientações médicas, ter alimentação balanceada, controlar ganho de peso e evitar o estresse são fundamentais para a saúde da mãe e do bebê”, enfatizou a especialista.
A profissional ainda ressaltou que a prevenção da prematuridade ajuda a evitar complicações, como a imaturidade respiratória, problemas no sistema digestivo e metabólico, e possíveis sequelas no desenvolvimento neuropsicomotor.
Referência – A UTI Neonatal do Hospital Regional, gerenciado pelo Instituto de Saúde Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), é referência no atendimento a prematuros, oferecendo cuidados especializados para recém-nascidos em estado crítico. Atende crianças de 22 municípios da região de Integração Carajás.
Com nove leitos intensivos neonatais, a unidade é equipada com tecnologia de ponta, e conta com médicos, enfermeiros, técnicos em Enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas e outros profissionais. “Nosso diferencial está na qualidade do atendimento e na dedicação de nossa equipe. Garantimos cuidados personalizados, com carinho e profissionalismo, em um ambiente que prioriza a humanização”, destacou Polliana Lobo, coordenadora da UTI Neonatal.
Ela destacou ainda os projetos de humanização destinados aos pequenos pacientes, dentre os quais o Projeto Polvinho Amigo, que utiliza polvos de crochê para proporcionar conforto aos recém-nascidos, ajudando-os a se sentirem mais seguros, e o Projeto Canguru, que incentiva o contato pele a pele entre bebês e seus pais, fortalecendo o vínculo familiar e auxiliando na recuperação.
Serviço: O Hospital Regional do Sudeste do Pará garante à população atendimento 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A unidade conta com 135 leitos, sendo 97 de internação clínica, e 38 em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) – Adulto, Pediátrica e Neonatal.
(Agência Pará)