O Hospital Regional do Sudeste do Pará Dr. Geraldo Veloso, em Marabá, gerenciado pela Pró-Saúde, reduziu pelo terceiro mês seguido a taxa de incidência da Infecção Primária de Corrente Sanguínea, associada ao uso de cateter venoso em pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva Adulto. O resultado é uma conquista das medidas adotadas, com base nas orientações do Ministério da Saúde, com apoio técnico do Institute for Healthcare Improvement.
A partir de agora, as experiências positivas obtidas pelo hospital irão disputar o concurso organizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A unidade mais votada participará do evento em comemoração aos 20 anos de controle de infecções do órgão. O certame usa a hashtag #euprevinoinfecção.
Segundo a enfermeira do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar, do Regional de Marabá, Paula Dorighetto, duas práticas implementadas pela equipe contribuíram para que o índice fosse zerado no primeiro trimestre de 2019. A primeira delas foi o reforço sobre a importância da higienização das mãos e da desinfecção dos conectores do cateter. A orientação é repassada em treinamentos contínuos. A segunda prática adotada foi o uso de uma cobertura plástica sobre o cateter no momento do banho do paciente, evitando que entre sujeira no dispositivo ou que seja molhado durante o cuidado.
Leia mais:“Antes de implementar qualquer nova medida, desenvolvemos um teste piloto em um paciente, envolvendo as equipes de todos os turnos. Se o resultado é positivo, ampliamos a prática para cinco pacientes, depois dez, até chegar aos 20 leitos da UTI Adulto e, então, a implementamos. Tudo isso ocorre com a participação da equipe, que pode sugerir mudanças para melhorar o resultado”, explicou Paula Dorighetto.
Além de envolver todos os profissionais que atuam na UTI Adulto, a unidade também estimula a participação dos familiares no cuidado com os pacientes. A cada 15 dias, o Hospital Regional de Marabá realiza um bate-papo com as famílias para esclarecer dúvidas, fazer uma escuta sobre a qualidade do atendimento e, ainda, explicar como podem auxiliar a equipe na prevenção de infecções.
Maria Célia Damasceno Lima participou de um desses encontros na unidade. “Depois dessa reunião, me senti mais segura sobre o tratamento do meu pai, porque nos incentivaram a falar todas as dúvidas que temos, a não termos vergonha de perguntar nada”, disse a acompanhante. A estratégia também foi positiva para dona Lurdes de Sousa, que acompanha a internação do marido. “É toda uma parceria que deve haver no cuidado com os pacientes. Não só enfermeiros e médicos, mas toda a família deve ser envolver no cuidado”, comentou ela.
Entenda o que é IPCS
O cateter venoso central é usado para administração de medicamentos, nutrientes ou líquidos diretamente na corrente sanguínea. Para o Hospital Regional do Sudeste do Pará, monitorar e acompanhar a incidência de infecção associada ao uso de cateter é um indicador estratégico para mensurar diariamente a segurança do paciente na unidade. Como é um dispositivo invasivo, o cateter pode favorecer a penetração de microrganismos diretamente na corrente sanguínea.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, esse tipo de infecção está associado a muitos casos de óbitos nos estabelecimentos de saúde. Nos Estados Unidos, por exemplo, a mortalidade atribuída a IPCS, geralmente, é superior a 10% dos óbitos de pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva, podendo chegar a 25% em usuários de maior risco.
Sobre a Unidade
O HRSP tem 115 leitos, sendo 77 de Unidades de Internação e 38 de Unidades de Terapia Intensiva. Possui perfil cirúrgico e habilitação em Traumato-ortopedia pelo Ministério da Saúde, oferecendo atendimento gratuito nas especialidades de Cardiologia, Cirurgia Buco-maxilo-facial,Cirurgia Plástica Reparadora, Cirurgia Pediátrica, Cirurgia Geral, Cirurgia Vascular, Clínica Médica, Fisioterapia, Infectologia, Medicina Intensiva adulto, pediátrica e neonatal, Nutrição, Obstetrícia de Alto Risco, Oftalmologia, Otorrinolaringologia, Urologia, Neurocirurgia, Terapia Ocupacional, Traumato-ortopedia, Nefrologia e Anestesiologia. (Ag. Pará)