O delegado Thiago Carneiro, superintendente regional de Polícia Civil do sudeste do Pará, agendou para às 9 horas da manhã de hoje, terça-feira (29), uma coletiva de Imprensa, onde vai falar sobre o resultado das primeiras horas de investigações do assassinato de Luiz Guinhazi Júnior, conhecido como “Júnior Guinhazi”, de 28 anos.
O rapaz foi executado com um tiro no peito, durante uma festa em São Domingos do Araguaia, na madrugada de domingo (27). O único suspeito é um policial militar, que não foi identificado formalmente, mas pelas redes sociais, ele é chamado pelo prenome de Rafael, que permanecia foragido até ontem (28).
Por outro lado, amigos e familiares de Júnior estão organizando uma manifestação pacífica durante a qual vão cobrar que seja feita Justiça, para que a morte do jovem, de família bastante conhecida na região, não fique impune. O evento deve ocorrer entre quinta e sexta-feira.
Leia mais:Nesta segunda-feira aconteceu o cortejo fúnebre e sepultamento de Júnior, reunindo uma longa de fila de carros e motos em direção ao cemitério. O clima foi de extrema revolta e comoção pelo ocorrido, pois Júnior era tido como um rapaz tranquilo.
A polícia
Por telefone, o delegado Thiago Carneiro confirmou que nesta segunda-feira (28) foram tomados depoimentos de pessoas que estavam na festa quando tudo aconteceu e foram arroladas como testemunhas o inquérito policial instaurado para apurar o crime. Apesar disso, nenhum detalhe foi repassado à imprensa.
A reportagem do CORREIO também conversou com o comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar (4º BPM), coronel Dayvid Sarah Lima, sobre o caso. Ele observou que até ontem, durante o dia, não havia sido comunicado formalmente sobre o envolvimento do policial no assassinato, mas garantiu que estava acompanhando o caso junto com a Corregedoria da Polícia Militar e também da Polícia Civil. Asseverou também que tudo será investigado na forma da lei.
O coronel explicou também que quando um policial é acusado de crimes de menor potencial ofensivo, ele é processado e julgado pela Justiça Militar, mas nos crimes dolosos contra a vida, como é o assunto em questão, o policial enfrenta o Tribunal do Júri, caso o Poder Judiciário assim decida no final do processo.
O caso
As informações sobre o incidente que acabou resultando em tragédia ainda são escassas. A informação que se tem é de que a Polícia Militar, do Destacamento de São João do Araguaia, foi a uma chácara e determinou que uma festa fosse encerrada naquele local, o que supostamente teria sido atendido.
Porém, quando os policiais saíram do local, o evento voltou a acontecer, gerando confusão. Uma versão, não confirmada por autoridades policiais, dá conta que Luiz Guinhazi Júnior se desentendeu com um policial e acabou sendo baleado. A vítima ainda chegou a ser levada para o Hospital Regional, em Marabá, mas já teria chegado sem vida.
Júnior é filho de Luiz Guinhazi, o Luizinho, um empresário muito conhecido em São Domingos do Araguaia, que já foi proprietário de duas madeireiras e atualmente tem fazenda e outros negócios na cidade. A família também tem outros membros bastante conhecidos em Marabá.
Dor e perdão
A mãe de Júnior, Leiva Sá, usou as redes sociais para expressar toda a sua dor pela perda inexorável do filho. Em uma das postagens mais longas, ela direciona ao assassino, dizendo que o perdoa. “Apesar de vc ter destruído muitos sonhos e despedaçado muitas almas eu lhe perdoou 70×7 no amor de Cristo. Que Deus lhe abençoe ricamente e que vc venha conhecer o caminho da verdade, afinal cada um só sabe dar o que tem”.
Ela pede ainda que o criminoso mude o propósito de seu coração para não destruir outra família. “Meu filho era um filho lindo no coração, era meu protetor, amigo, confidente, sonhador, cuidava de mim e do pai dele. Era a pessoa que mais sorria, pois tinha luz em sua alma”, desabafa a mãe, em meio a uma dor que não pode ser traduzia em palavras. (Chagas Filho)