Correio de Carajás

Homem que atirou em fila de mercado ainda não foi oficialmente identificado

Justamente num momento em que a sociedade debate sobre a posse e o porte de armas por cidadãos comuns, eis que uma cena terrível se registra em Marabá: um homicídio filmado, dentro de um supermercado, em plena luz do dia e na presença de dezenas de testemunhas. O crime aconteceu no domingo (9) e até ontem (10), por volta das 20h30 a polícia não havia fornecido a identificação completa do acusado, que é conhecido como Geilson ou Baixinho. Já a vítima era Ronaldo da Silva Lima, de 22 anos.

Ronaldo Lima foi assassinado de forma fria e por motivo banal/ foto: reprodução

Chama atenção nesse crime o fato de que o acusado estava no supermercado acompanhado da esposa e da filhinha, que aparenta não ter nem 6 anos de idade. A criança presenciou o próprio pai tirando a vida de uma pessoa.

O crime bárbaro aconteceu por volta das 11 horas da manhã, em um supermercado no Bairro Bela Vista (Cidade Nova), e foi motivado, ao que parece, por um bate-boca na fila do caixa. A vítima e um amigo queriam comprar um refrigerante e pediram para passar na frente de Geilson, que estava com um carrinho cheio de compras, mas Geilson mandou que os dois fossem para o final da fila e continuou passando as compras. Foi aí que se iniciou uma discussão.

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Em um momento do vídeo que está cortado, Ronaldo, a vítima, aparece sem o boné na cabeça. O adereço teria caído devido a um tapa desferido pelo acusado, momento em que o elemento exibe a arma que portava na cintura, mas os rapazes parecem não ter se intimidado e não saíram do supermercado mesmo vendo seu desafeto armado. Logo em seguida, o acusado saca a arma e atira a queima roupa em Ronaldo, que cai. Em seguida, o acusado dá outro tiro na vítima, que ainda põe as mãos na frente tentando – em vão – se defender.

Formou-se um alvoroço e o acusado aproveitou para deixar o local com a esposa e a filhinha, enquanto Ronaldo dava os últimos suspiros. Ele ainda foi socorrido por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), mas não resistiu e morreu horas depois no Hospital Regional de Marabá. O corpo dele deu entrada às 17h no Instituto Médico Legal (IML).

Dona Maria da Conceição está abalada com a morte prematuro do filho Ronaldo

A reportagem do jornal CORREIO esteve na casa de Ronaldo e conversou com a mãe dele, Maria da Conceição da Silva Lima, durante o velório na humilde casa da família. Maria conta que ouviu dizer realmente que o filho dela e o amigo pediram para passar na frente do acusado no caixa, mas este negou. Nesse momento, Ronaldo teria dito a seguinte frase ao acusado: “Deixa esse otário passar”. Foi a sentença de morte.

O jornal também conversou com o rapaz que estava com a vítima e que aparece na filmagem. Ele confirmou apenas que aconteceu uma pequena discussão entre eles dois e o acusado, mas disse que não houve xingamentos e diz que não imaginava que tudo terminaria daquele jeito. “A gente foi só comprar um refrigerante”, afirma.

O jornal também tentou contato com o dono do supermercado onde tudo aconteceu, mas ele preferiu não gravar entrevista, limitando-se a informar que já havia comparecido à delegacia e conversado com a polícia.

REPERCUSSÃO

Depois do assassinato, várias foram as mensagens que circulam nas redes sociais, dando conta de que Baixinho seria extremamente perigoso e já foi até preso antes. O que se comenta também é que dele sempre andava armado aonde quer que fosse.

Uma fonte entrou em contato por telefone com o jornal e revelou que a morte pode não ter sido motivada apenas pela discussão, mas já existia uma animosidade, de cunho pessoal, entre os dois.

Mas o que se sabe sobre o criminoso apenas é que ele trabalhava como vendedor de melancias e laranjas pelas ruas da cidade, mas já teria ameaçado outras pessoas no bairro Bela Vista. (Chagas Filho com informações de Josseli Carvalho)

SAIBA MAIS

De acordo com uma fonte da Polícia Civil, até ontem à noite as buscas ao acusado eram feitas na área do bairro Bela Vista, pois havia informações de que Baixinho não teria ido para muito longe.