Uma das piores injustiças que uma pessoa pode sofrer é ser penalizada por um crime que não cometeu. Foi o que aconteceu com um trabalhador, que passou seis dias em um presídio pelo assassinato cometido por outra pessoa. João Batista de Freitas, o “João do Baú”, de 52 anos, somente foi liberado, na quarta-feira, 1º, após provar que foi confundido com o autor do homicídio. Ele foi preso pela Polícia Federal no dia 23 de fevereiro, em Rio Maria, sul do Pará.
“João do Baú” foi preso enquanto trabalhava num frigorifico por um equívoco das autoridades, que teriam confundido ele com o autor de um homicídio. Ele foi levado pela Polícia Federal para o presidio de Redenção, onde ficou quase uma semana preso sem dever nada para a Justiça. Segundo as investigações, João Nogueira de Sousa, que segue foragido, assassinou José Márcio Gomes de Sousa o “Pardal”, no dia 21 de agosto de 2021, em Rio Maria.
Segundo Samuel Gonçalves, advogado de “João do Baú”, o trabalhador foi preso sem “nem saber o motivo” e, por isso, pretende ingressar com uma ação na Justiça por danos morais e de reparação pela Justiça contra o trabalhador. “Para que sirva de exemplo para os órgãos de investigação para que outras pessoas não sofram esse tipo de injustiça”, disse o advogado.
Leia mais:“Eu não sabia de nada, sobre o que aconteceu. Fiquei sem chão”, disse “João do Baú” após ser solto. O homem apontado como o autor do homicídio, e o que ficou preso injustamente, têm duas semelhanças em comum: o primeiro nome “João” e a cor da pele – e as semelhanças entre ambos param por aí, porém, numa sociedade com o racismo profundamente enraizado, não é a primeira e, provavelmente, não será a derradeira vez que um cidadão negro inocente é confundido com um suspeito de um crime. (Delmiro Silva/freelancer)