Um homem armado invadiu a escola municipal Maria Inês Vieira Machado, no Jardim Diva Tarlá, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, e ameaçou professores do local na última quarta-feira (16/8).
De acordo com o boletim de ocorrência, o invasor era o pai de uma aluna do 1º do ensino fundamental que questionava o conteúdo didático e o fato de não ter recebido uma lembrancinha de Dia dos Pais.
O homem também acusou os docentes de suposta doutrinação e de promover a chamada “ideologia de gênero”. Ele pediu mais informações sobre o material relativo a direitos das mulheres em um livro didático, exigindo saber qual governo teria permitido tal conteúdo.
Leia mais:Segundo testemunhas, o pai da estudante entrou na escola na hora do almoço dos professores, por volta das 13h, “aparentemente alterado”, conforme o boletim de ocorrência.
Em seguida, sacou uma arma de sua cintura e apontou para as duas professoras que falavam com ele, colocando-a sobre a mesa dizendo que “se elas não estavam ensinando nada errado não era para ter medo”.
Após perguntar sobre a falta da lembrança de Dia dos Pais por parte da instituição, o invasor teria questionado sobre a concepção que a unidade escolar tinha de família. Ele também quis saber informações sobre um trabalho que tinha como tema lazer, mulheres e socidade, afirmando que esse conteúdo seria de “caráter doutrinador e ideológico”.
Como resposta, os professores disseram que era livro oficial do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) autorizado pelo MEC, na gestão federal do governo de Jair Bolsonaro (PL). Então, a esposa interveio e pediu para que o marido guardasse a arma de fogo. Ele atendeu a mulher, e a família abandonou o local. A ação durou aproximadamente nove minutos.
A Secretaria da Educação de Ribeirão Preto, em nota, disse que “repudia quaisquer atos de violência e a ameaça de um pai aos nossos professores, dentro de uma escola, é inaceitável. A pasta tomou as medidas cabíveis no mesmo dia da ocorrência, que ocorreu na última quarta-feira, dia 16, onde um Boletim de Ocorrência foi lavrado e o caso está sendo investigado pela Polícia Civil”.
A administração municipal também solicitou apoio da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana, que estão fazendo a ronda na entrada e saída da escola.
(Fonte: Metrópoles)