Ao longo de sete dias de atendimentos nos Núcleos Morada Nova e São Félix, o Instituto Miguel Chamon mostrou, mais uma vez, sua dedicação em prestar um atendimento digno e de qualidade a milhares de pessoas que tanto precisam.
Em uma cidade tão rica como Marabá, a pobreza na saúde ainda é alarmante. Com a precariedade nos atendimentos dos postos de saúde, a população, que tanto precisa de cuidado, chega a dormir na fila para conseguir uma consulta médica, como foi o caso de Josué Mariano de Meneses, 48 anos.
Ansioso pela oportunidade de poder consultar com um médico oftalmologista, ele acampou, literalmente, na Praça Honorata Izidório, no São Félix Pioneiro, para poder esperar pelos atendimentos que iniciaram na manhã desta terça-feira, 8.
Leia mais:“Essa é a maior dificuldade que temos aqui no bairro: saúde. A saúde aqui no São Félix é péssima, precisa melhorar muito. São poucas fichas, poucos atendimentos, e uma demanda muito grande. Desde quinta-feira passada estamos aqui guardando lugar”, disse, comemorando a consulta realizada e já desmontando a barraca que serviu de abrigo para que ele pudesse esperar o início dos atendimentos.
Feliz da vida, Josué disse que consultou, escolheu os óculos e que valeu a pena passar a noite lá, guardando seu lugar. “Consultei de manhã, graças a Deus. Já escolhi meus óculos também. Espero há muito tempo por essa consulta. Fiz uma vez na Secretaria de Saúde, mas não resolveu”.
Levando um pouco de acalento e acolhimento através de atendimentos humanizados e de qualidade, o Instituto Miguel Chamon segue transformando vidas e dando oportunidades para que pessoas, como a Maria da Conceição Batista, de 41 anos, possam ter acesso aos seus direitos à saúde, que é garantido pela Constituição Federal.
Para a moradora do bairro, na localidade falta tudo. Completamente esquecidos pelo Poder Público, ela relata que quando fazem manifestações na rua, pedindo socorro, só aparecem viaturas da polícia.
“Esses políticos querem que a gente coloque eles lá em cima, mas, eles precisam enxergar a gente aqui. Só temos um posto de saúde, e pra conseguir marcar um exame a gente morre e não marca. Aqui estamos sobrevivendo. Somos esquecidos aqui no São Félix”, lamenta.
A dona de casa, que também chegou um dia antes para conseguir uma consulta médica, agradece a oportunidade dada pelo Instituto Miguel Chamon. “Essa ação é um sonho realizado. Todo mundo que está aqui, está aproveitando essa oportunidade, porque a gente faz um exame de vista e dá errado os óculos. Aí, a gente veio aqui para conseguir algo melhor, pra enxergar”, vibra de felicidade.
Nos próximos dias, o Instituto Miguel Chamon segue para o Núcleo Nova Marabá. As carretas estacionam no Bairro Araguaia, na Avenida Araguaia, esquina com a Rua Gênesis, próximo a Escola Flávio Alves de Lima. (Luciana Araújo e Ana Mangas)