Correio de Carajás

Hemopa reforça a importância das doações de sangue no período de final de ano

Tradicionalmente, o final de ano com festas e viagens traz grande preocupação à Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa), por conta da diminuição do fluxo de doadores no Estado. A doação de sangue exige uma campanha permanente para atender as demandas transfusionais, pois só posssível realizar o serviço de forma regular com a solidariedade de todos.

Nos 15 primeiros dias de dezembro de 2020, segundo Paulo Bezerra, presidente do Hemopa, o comparecimento dos doadores foi expressivo. A Fundação registrou uma média acima dos meses anteriores, o que é muito importante para fortalecer os estoques de bolsas.

O presidente alerta, entretanto, que, no início da pandemia de Covid-19, o Hemopa registrou uma queda de cerca de 30% do número de doações e necessita do comparecimento regular dos doadores para conseguir ajudar todos que precisam, especialmente diante de uma pandemia.

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“Não encontramos sangue em outro lugar que não seja por meio da bondade e generosidade das pessoas. O paraense é solidário verdadeiramente, mesmo com as dificuldades, tem comparecido”, afirma o titular do Hemopa, Paulo Bezerra.

A estudante Naiara Melo, 20 anos, aproveitou a manhã desta quarta-feira (16) para realizar a sua primeira doação. “Eu gosto muito de fazer tatuagem e nunca conseguia fazer a doação. Ano passado decidi que ficaria sem me tatuar pelo tempo necessário para poder ajudar outras pessoas e aqui estou”.

Após um ano de procedimentos como tatuagem, piercing e maquiagem definitiva, Naiara Melo pôde realizar a doação de sangue. O pai da estudante faleceu, este ano de 2020, em decorrência da Covid-19 e ela afirma que entendeu, de fato, a importância do ato.

“Antes de falecer, meu pai precisou muito de sangue e recebeu doações de pessoas que nem conhecíamos. Então para mim, só reforçou o quanto é importante esse ato de amor. É o mínimo que podemos fazer pelos outros”, disse Naiara.

Marcos Almeida, 48 anos, é morador do município de Vigia (região nordeste paraense) e realiza doações de sangue regularmente há mais de 10 anos. Ele aproveita as visitas aos familiares que moram em Belém para fazer a sua doação.

“Temos que ter a consciência de que muita gente precisa o tempo inteiro de sangue. Nesse final de ano, nada melhor que contribuir com um gesto de carinho e de amor para pessoas que estão nos leitos de hospitais aguardando a nossa ajuda”, disse o doador voluntário Marcos Almeida.

Marcos Almeida faz questão de incentivar e convidar amigos e familiares para que também se tornem doadores. “Eu bati uma foto para mostrar para minha neta, em Vigia, pra que ela cresça com essa consciência da importância desse ato e se torne uma futura doadora quando alcança a idade indicada”, conta.

ESTRATÉGIAS

Desde o início da pandemia, o Hemopa tem realizado campanhas externas de doação, o que tem ajudado a conseguir reforço para o estoque das bolsas de sangue. A Fundação também disponibiliza os agendamentos prévios (desde o período de lockdown, no mês de maio) e, buscou parcerias com aplicativos de transporte para facilitar o deslocamento dos doadores, o que facilitou na atração de mais pessoas.

“Além das pessoas que contraíram a doença, muita gente estava com medo de vir doar e realizamos essas ações para facilitar as doações, garantindo toda a segurança necessária”, explica o presidente Paulo Bezerra.

Outra estratégia que tem ajudado a abastecer os estoques da Fundação é a parceria com as caravanas.  A assistente social do Hemopa, Marina Pinheiro, afirma que a unidade móvel tem capacidade para cerca de 20 doadores. Quem tiver interesse, pode fazer o agendamento e o Hemopa garante a ida e a volta do grupo que irá fazer a doação.

“Nosso banco precisa estar permanentemente com sangue, mais do que nunca nesses últimos meses, por conta da pandemia. Precisamos muito da presença do doador. Que tal dar de presente uma bolsa de sangue para quem precisa?”, sugere a assistente social Marina Pinheiro.

CRITÉRIOS

– Ter entre 16 e 69 anos (menores de idade -a partir de 16 anos devem estar acompanhados do responsável legal;

– Pesar acima de 50 kg;

– Estar em boas condições de saúde;

– Apresentar um documento de identificação oficial, original e com foto (RG, CNH, Passaporte ou Carteira de Trabalho);

DÚVIDAS MAIS FREQUENTES

– A primeira doação pode ser feita até os 60 anos;

– Quem ingeriu bebida alcoólica precisa aguardar 24h para doar. É indicado que após a doação, aguarde, no mínimo, 12h para nova ingestão;

 Quem teve Covid-19, só pode doar 30 dias após o desaparecimento do último sintoma;

 Quem teve contato com pessoas que contraíram a doença deve esperar 14 dias para verificar a ocorrência de sintomas e estar apto para a doação.

HEMOPA

A Fundação tem três hemocentros regionais: Marabá, Castanhal e Santarém e cinco hemonúcleos: Capanema, Redenção, Tucuruí, Abaetetuba e Altamira. Em 2020, foram entregues três agências transfusionais para o Estado, em Uruará, Jacareacanga e no Hospital Materno-infantil de Marabá, que funcionam como estoques de sangue para atender as demandas dos municípios vizinhos, garantindo uma cobertura transfusional maior no Pará. Ao todo, o Estado tem 43 agências transfusionais.

Para fazer o agendamento ou tirar qualquer dúvida, deve-se ligar para: 0800-2808118 ou 3110-6623.

(Agência Pará)